Cooperativas do agronegócio injetam mais de R$ 9 bilhões na economia goiana

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Anuário Brasileiro do Cooperativismo mostra crescimento de cooperativas agropecuárias (Na foto: Complexo industrial Comigo/Divulgação)

O setor cooperativista goiano tem apresentado crescimento acima da média nacional e um dos ramos que avançam mais rapidamente é o agropecuário. Segundo levantamento do Anuário Brasileiro do Cooperativismo, o número de cooperativas goianas que atuam no agronegócio cresceu 8,2% em 2020, chegando a 79. Com isso, o número de postos de trabalho gerados pelo segmento aumentou 8,8% no ano passado, totalizando um estoque de 5,8 mil empregos diretos. O número de cooperados também avançou 3,8%, para 30 mil. O cooperativismo na agropecuária de Goiás registrou faturamento (ingresso) de R$ 9,18 bilhões em 2020, um aumento significativo, de 28,7%, em relação a 2019. 

O ramo agropecuário contava, no ano passado, em todo o País, com 4.411 cooperativas registradas na OCB e mais de 17, 2 milhões de cooperados, sendo responsável pela geração de 27,5 mil novos empregos diretos no período, aumento de 6% em relação ao ano anterior, o que traz benefícios sociais e econômicos não só ao campo, mas também aos centros urbanos. No Brasil, as cooperativas fazem a diferença no mercado de trabalho, pois geram 455,1 mil empregos diretos. O número de cooperados saltou de 992,1 mil, em 2019, para mais de 1 milhão em 2020. Os ingressos (faturamento) aumentaram 30,5% no ano passado, chegando a R$ 239,2 bilhões.

Os principais indicadores financeiros do ramo agropecuário mostram a força do desempenho deste segmento em Goiás e no Brasil. Em 2020, as sobras do exercício das cooperativas goianas (que representam o lucro bruto nas empresas tradicionais) aumentaram 438%, para R$ 748,6 milhões.

Bem acima da média nacional do segmento, que teve crescimento também significativo, de 70,5%, chegando a R$ 9,6 bilhões. O desempenho das cooperativas do agronegócio foi impulsionado, principalmente, segundo a OCB, pela alta dos preços das commodities agrícolas.

“Não só o cooperativismo do agronegócio cresceu, como as cooperativas de crédito e de outros ramos também. O ano de 2020 foi realmente atípico em razão da pandemia de covid-19, mas a estrutura do sistema não parou. Foi difícil conduzir, porque as cooperativas também tiveram casos de covid, mas superamos. Com trabalho e responsabilidade, as cooperativas de Goiás cresceram. O faturamento da Comigo, por exemplo, avançou 50%. Temos investido muito em tudo o que o cooperado necessita, mais armazéns, mais agrônomos, mais veterinários”, afirma Antônio Chavaglia, presidente da Comigo, cooperativa com sede em Rio Verde (GO) que foi listada entre “As 100 Maiores Empresas do Agronegócio Brasileiro” pela Revista Forbes, com faturamento de R$ 4,5 bilhões em 2020.

O presidente do Sistema OCB/GO, Luís Alberto Pereira, ressalta que o cooperativismo do agronegócio é o mais tradicional em Goiás e de extrema relevância para a economia nacional. “Cerca de 50% do agronegócio do Brasil passa por uma cooperativa”, informa.

Além da importância econômica, o papel social desempenhado pelo cooperativismo é muito relevante, destaca o dirigente, pois mais de 80% dos cooperados são pequenos produtores, que são beneficiados pelo ganho de escala, assistência técnica, custos menores de insumos e pelas sobras. “As comunidades onde estão instaladas estas cooperativas se beneficiam igualmente, em razão da reintrodução na economia local de grande parte da movimentação financeira que realizam”, acrescenta.

“O setor cooperativista em Goiás está com desenvolvimento mais consistente. Assim como o pensamento de que é importante unir as cooperativas menores com as maiores para dar mais sustentabilidade aos associados, pois é para eles que as cooperativas trabalham. Se a cooperativa direcionar realmente o foco do trabalho para o associado e suas necessidades, sejam elas quais forem, o cooperado participa mais e o cooperativismo fica mais forte quando tem um capital e uma estrutura maior de prestação de serviços. O cooperativismo goiano está entendendo isso. O papel de capacitação das pessoas, desde a diretoria até o produtor rural, ajuda muito. Assim como a aplicação de novas tecnologias”, diz Chavaglia.

Sexto maior do País

As cooperativas goianas deram um salto significativo em 2020 com o ingresso de 42 mil novos cooperados, passando para 301.108, aumento de 16,1%, segundo levantamento do Anuário Brasileiro do Cooperativismo, divulgado pela OCB Nacional. No ano passado, eram 235 cooperativas em atividade no Estado, o que garantiu a Goiás o sexto lugar no ranking nacional em número de unidades ativas. O número de empregos diretos gerados pelas cooperativas goianas cresceu 7,9%, para 12.843, acima da média nacional no ano. Goiás é também o sexto Estado em número de postos de trabalho no cooperativismo brasileiro.

O total de ativos gerados pelas cooperativas goianas cresceu 43,3% no ano passado, para R$ 31,1 bilhões, e o patrimônio líquido do setor aumentou 24,9%, para R$ 7,215 bilhões. Outro dado muito significativo do cooperativismo goiano é o das sobras: cresceu 180% em 2020, chegando a um total de R$ 1,475 bilhão. As sobras são o equivalente ao lucro líquido das empresas tradicionais e são divididas entre todos os cooperados, proporcionalmente à produção, investimento ou operações de cada um.

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