Por Sérgio Carlos dos Santos
Os provedores de internet ou ISP, do inglês Internet Service Provider, têm sido as empresas responsáveis por levar a internet banda larga para os pequenos e médios municípios brasileiros, contribuindo para a inclusão digital. Essas empresas por meio de rádio e fibra óptica fornecem acesso à internet e outros serviços relacionados. Segundo a ANATEL, existem mais de 10 mil ISP no Brasil e estima-se que em 2021 esses provedores regionais faturaram cerca de R$ 20 bilhões.
Durante a pandemia, aumentou o número de usuários de internet no Brasil e deve continuar aumentando, uma vez que se intensificou ainda mais o uso das tecnologias digitais a partir desse evento. Foi a internet que permitiu durante a pandemia o entretenimento, as atividades empresariais em home office, o ensino remoto, as teleconsultas, os serviços públicos ao cidadão, o consumo de bens e até de alimentos. A consolidação dos serviços de streaming é outro ponto de demanda por conexões mais estáveis e rápidas, em especial aquelas por fibra óptica.
A chegada da tecnologia 5G, cuja base de implementação é a fibra óptica, pode potencializar ainda mais esse mercado e a Abrint – Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações – prevê que as ISP devem se destacar na velocidade de instalação das redes, implantando o 5G antes de grandes operadoras. Atualmente os pequenos provedores de internet já lideram a participação no mercado de banda larga fixa.
Tudo isso acelera o processo de consolidação do mercado ISP e os principais consolidadores são provedores administrados por fundos de investimento. Em Goiás, por exemplo, recentemente foi anunciada a compra pela Americanet da New Master Telecom que atua em 32 cidades goianas e soma mais de 75 mil assinantes, ofertando banda larga fixa, serviço de TV e telefonia móvel 4G. É a segunda aquisição da Americanet no estado, a primeira foi a Omni Telecom sediada em Caldas Novas e que atendia cerca de 25 mil assinantes. Outro caso na região Centro-Oeste foi a compra pelo grupo Brasil TecPar em maio deste ano da Titânia Telecom, sediada em Cuiabá e com quase 50 mil acessos de banda larga no Mato Grosso.
O momento de mercado ISP é ímpar, somente em 2022 foram registrados 7.374 provedores de internet na ANATEL, a maioria de pequeno e médio portes. O mercado é bem fragmentado, tem muito espaço para ganho de penetração e por isso tem despertado o interesse de players financeiros e estratégicos para consolidar o segmento. Nos últimos três anos foram realizadas 407 transações de M&A neste segmento, em 2021 foram 154 e três provedores de internet realizaram seu IPO (Brisanet, Unifique e Desktop) captando juntas cerca de R$ 3 bilhões. Cada vez mais os provedores regionais de maior porte irão buscar adquirir os menores.
Assim, ganha importância que os participantes desse mercado intensifiquem em seu planejamento estratégico ações de crescimento e criação de valor nas suas empresas, desde o crescimento orgânico e a captação dos recursos necessários, passando por associações estratégicas e sua preparação para processos de M&A ou IPO, sendo chave de sucesso a busca por assessoria especializada que profissionalize todo esse processo dentro da ISP.
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Sérgio Carlos dos Santos
Sócio da Araújo Fontes, responsável pela atuação na região Centro-Oeste a partir do escritório em Goiânia-GO.
Doutor em Ciências Contábeis pela UnB – Universidade de Brasília.
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