De uma pequena lanchonete no Lago Sul, no Distrito Federal, até uma rede com 400 unidades. Essa é a trajetória do Giraffas, rede especializada em refeições rápidas que faturou R$ 500 milhões entre janeiro e setembro deste ano. Mas se engana quem pensa que o Giraffas não enfrentou desafios desde a sua fundação, em 1981.
Na verdade, a franquia enfrentou uma série de dificuldades: após a implementação do Plano Real, em 1994, o Giraffas teve uma queda expressiva no faturamento. O negócio passou até por até uma concordata – acordo realizado por empresários junto aos seus credores para se evitar a falência.
Como esses desafios foram superados? Segundo Carlos Guerra, fundador da rede, com muito planejamento e capacidade de adaptação. “O empreendedor precisa estar pronto para se adaptar para o futuro”, diz.
Essas adaptações foram implementadas desde o início da marca, há 38 anos. No início, o Giraffas vendia apenas sanduíches. Mas para se diferenciar da concorrência, inseriu refeições completas em seu cardápio. “Essa mudança se mostrou especialmente importante para a escalabilidade do negócio”, diz Guerra.
Outro exemplo surge na década de 1990, quando o Giraffas deixou de ter uma fábrica própria e terceirizou a produção dos ingredientes dos seus pratos. Isso foi feito para poupar custos. Na época, algumas lojas chegaram a ser paralisadas por problemas na logística entre a rede e os fornecedores. “Foi um período difícil”, afirma o fundador da empresa.
Novos tempos
Agora, a marca enfrenta mais um desses momentos de mudança. De acordo com Guerra, a recessão econômica que atingiu o país em 2014 trouxe prejuízos para a rede. O aumento das taxas de desemprego diminuiu o poder aquisitivo de seu principal público, os trabalhadores, e fez com que esse grupo comesse menos fora de casa.
Guerra conta que o Giraffas respondeu a esses problemas com inovação. Dentre as mudanças, está a criação de linhas de produtos com maior valor agregado. Para isso, carnes nobres, como filé mignon e picanha, foram inclusas no cardápio. Pratos veganos, infantis e porções também estão entre as novidades. Com isso, o tíquete médio do Giraffas subiu de R$ 26 para R$ 29, o que aumentou o faturamento e as margens dos restaurantes.
Os pratos antigos e mais econômicos não foram retirados do cardápio e tampouco tiveram seus preços alterados. “Dessa forma, foi possível atingir um público com poder aquisitivo maior e manter os clientes antigos.”
Franqueadora desde 1992, o Giraffas também lançou um novo modelo de negócio: o contêiner. Com custos mais baixos, a intenção é que esses negócios tenham melhor penetração em cidades com poucos habitantes.
Expectativa
Entre janeiro e setembro deste ano, o Giraffas faturou R$ 500 milhões, sendo que R$ 150 milhões foram captados apenas entre junho e julho. Segundo a rede, o primeiro semestre de 2018 apresentou um faturamento 12% maior que o mesmo período do ano passado.
Agora, a intenção abrir mais 50 restaurantes e chegar a 450 operações até o final de 2020. Para Guerra, para atingir esses objetivos é preciso continuar inovando e se adaptando às tendências. “As coisas que fazem sucesso hoje não necessariamente farão sucesso amanhã. O empreendedor precisa estar pronto para as mudanças.”
O empreendedor também prevê uma pulverização cada vez maior do mercado, com as tendências se concentrando em nichos específicos. “Para sobreviver, é preciso saber se adaptar e investir corretamente.”
Com informações da Revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios