Com novo centro de distribuição em Hidrolândia, Petz mira expansão no Centro-Oeste, Nordeste e Norte

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Centro tem como alvo cidades com mais de 100 mil habitantes e começou a funcionar neste mês de junho (Na foto: Loja da Petz/ Divulgação)

Em março deste ano, pela primeira vez na história da Petz, varejista líder de mercado de produtos para animais de estimação, as vendas das lojas instaladas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste responderam por mais da metade do faturamento total da rede. Elas superaram a participação dos pontos de venda no Estado de São Paulo que, até então, era o principal mercado da companhia.

Esse foi o sinal verde para que a varejista investisse no primeiro centro de distribuição (CD) fora do território paulista, a fim de apoiar o plano de expansão para outras regiões do País. Hoje, a varejista tem 185 lojas físicas, das quais 54% no Estado de São Paulo. Dois anos atrás, 65% dos pontos eram paulistas.

O CD, que vai sustentar a etapa de expansão nacional da Petz e tem como alvo cidades com mais de 100 mil habitantes, começou a funcionar neste mês, no município de Hidrolândia, na Região Metropolitana de Goiânia. Com de 8,5 mil metros quadrados de área, é bem menor que os outros da companhia: um em Embu (SP), com 35 mil metros quadrados, e outro em Mauá (SP), de 13 mil metros quadrados.

No galpão alugado dentro de um condomínio logístico e que comporta expansões, a varejista investiu R$ 6 milhões para colocar o novo CD em operação. “É menos do que é gasto para abrir uma loja”, diz o vice-presidente de digital e supply chain, Marcelo Maia.

Localizado estrategicamente na região central do País, o CD vai permitir redução de 25% no tempo de viagem de um mês das mercadorias, que hoje saem de São Paulo para Manaus (AM). Também vai cortar pela metade uma semana de estrada de uma carreta de São Paulo até o Nordeste.

Nas contas da vice-presidente financeira da rede, Aline Penna, os caminhões vão rodar 260 mil quilômetros a menos por ano. Isso se reflete na menor emissão de gás carbônico, menor consumo de óleo diesel, um dos vilões da alta de custos.

Outro ponto é que essa base de distribuição deve dar mais rapidez às entregas do comércio online que responde por 30% das vendas da companhia. O grupo fechou o primeiro trimestre deste ano com faturamento bruto total de R$ 746,6 milhões, um avanço de 38,9% ante igual período de 2021.

As lojas da companhia funcionam com mini depósitos que abastecem o comércio online. Maia diz que a maior rapidez nas entregas vai possibilitar um volume menor de estoque nas lojas, reduzindo o risco de aplicação de recursos em mercadorias paradas nas prateleiras.

Também facilita a abertura de pontos de venda menores, o que aumenta a capilaridade da varejista. Hoje, uma loja padrão da rede tem entre 700 e 1.000 metros quadrados. Mas ele vê espaço para pontos de vendas mais compactos, especialmente neste momento no qual a companhia pretende estrear em novos mercados.

“O que a Petz está fazendo é jogar o osso lá na frente para o cachorrinho, a empresa, correr”, brinca o consultor de varejo Eugênio Foganholo, sócio da Mixxer Desenvolvimento Empresarial.

Ele diz que quanto mais a empresa acelerar a expansão nacional da rede de lojas, ela vai capturar o valor dessas novas oportunidades de mercado oferecidas fora do Estado de São Paulo.

O consultor destaca que o mercado de produtos para animais de estimação tem se mostrado muito resiliente a crises e que hoje há relativamente poucos concorrentes com alta competência para explorar as novas oportunidades. Ele não considera que a expansão para fora do Estado de São Paulo indique que o mercado paulista esteja saturado.

A corrida para ser o primeiro a chegar num mercado fora do Estado de São Paulo, segundo os executivos da Petz, dá uma vantagem competitiva muito grande em relação à concorrência, como a Cobasi, que é a empresa pioneira nesse setor com formato de megalojas e iniciou as operações em 1984. “Quando chego antes da concorrência numa região, crio o mercado, gero a fidelização e pego os melhores pontos comerciais”, explica Aline.

Quando houve a nacionalização no setor de hipermercados no final dos anos 1990, Maia lembra que foi exatamente esse movimento que aconteceu. A rede portuguesa Sonae comprou o Big no Sul, a americana Walmart adquiriu o Bompreço no Nordeste e quando Carrefour tentou entrar nessas praças teve uma dificuldade enorme porque os concorrentes já estavam lá. “No varejo, ser o primeiro a chegar é muito importante”, afirma o executivo, que aprendeu com as lições do Carrefour.

Com informações do jornal O Estado de São Paulo

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