Com investimento de R$ 1,6 bi, AngloGold irá desativar barragens em GO e MG

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Multinacional irá implementar sistema para filtragem e empilhamento a seco de rejeitos nas suas unidades de produção de ouro (Foto: AngloGold Ashanti Brasil/Reprodução)

A AngloGold Ashanti Brasil está investindo em tecnologias para tornar sua ação mineradora cada vez mais sustentável. A empresa sul-africana irá destinar R$ 1,6 bilhão para a implementar um sistema para filtragem e empilhamento a seco de rejeitos nas suas unidades de produção de ouro em Goiás e Minas Gerais. A intenção é encerrar barragens de rejeitos, reduzindo danos ao meio ambiente, até 2026.

A companhia produz, atualmente, cerca de 510 mil onças de ouro por ano no País, o correspondente a 15 toneladas – o que dá 15% do total da produção global do grupo sul-africano. A AngloGold está presente em Barão de Cocais, Caeté, Nova Lima, Raposos, Sabará, Santa Bárbara, em Minas Gerais; e Crixás, Goiás. No total, possui 14 operações em dez países diferentes.

Segundo Camilo Farace, vice-presidente da AngloGold Ashanti Brasil, a decisão não está relacionada a eventuais riscos de segurança.

“É importante deixar claro que nossas barragens estão estáveis e seguras. São diariamente monitoradas, e dentro das normas exigidas. A decisão reforça o compromisso da companhia com tecnologias mais modernas”, diz.

O executivo explica que o rejeito da mineração é composto pela mistura de água e de parte sem aproveitamento econômico do minério. Hoje, após o processo de produção de ouro, esse material é direcionado para a barragem. Com o processo a seco, o rejeito gerado será filtrado. Esse material pode ser usado para preencher cavas exauridas ou ser empilhado.

Após o término das operações, a barragem será integrada ao ambiente de acordo com estabelecido no plano de fechamento e na legislação vigente. A empresa permanecerá realizando o monitoramento ambiental da área até sua completa estabilização e equilíbrio. Entenda o processo de secagem aqui.

A relação da AngloGold com o Brasil começou ainda durante o século XIX, como Saint John del Rey Mining Company. Seus sócios eram ingleses e investiram na exploração de ouro em Minas Gerais. Em 1881, a empresa chegou a receber o casal imperial Dom Pedro II e Tereza Cristina, que visitaram uma mina em Congonhas (MG).

Investimentos

Com o preço do ouro em nível elevado, a AngloGold Ashanti investiu nos últimos 12 meses cerca de R$ 100 milhões na tentativa de ampliar sua produção nas áreas onde já atua e em uma nova frente em Mato Grosso. São realizadas perfurações a mais de 2 mil metros de profundidade para tentar identificar a presença de ouro.

Na visão de Murilo Breder, analista do Nu Invest, o preço do ouro tem se mantido elevado diante de um cenário de juros reais baixos no mundo. “No início da pandemia, havia uma expectativa de que a alta da commodity poderia ser passageira, com os investidores buscando uma proteção de curto prazo. Porém, este cenário de manutenção dos estímulos e inflação tem mantido a commodity forte”, afirma o analista.

Com informações AngloGold Ashanti Brasil e Estadão


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