Com estoques em baixa, Junho Vermelho ressalta a importância da doação de sangue

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Todos os anos, a Campanha Junho Vermelho nos lembra a importância da doação de sangue. O ato é fundamental durante todo o ano, mas em especial é reforçado neste mês pela celebração em 14 de junho do Dia Mundial do Doador de Sangue. Com a pandemia do novo coronavírus e as medidas de isolamento social, bancos de sangue de todo o país têm sofrido nos últimos meses com a baixa nas doações. No mês de maio, o estoque total do Banco de Sangue Hemolabor tem-se mantido em torno de 79%, com dificuldade de manutenção principalmente dos grupos sanguíneos O negativo e A negativo, que se encontram em 45% do estoque ideal, explica o diretor do Banco de Sangue Hemolabor, Clemente Martins de Oliveira Neto.

O índice do estoque se encontra em 87% do mesmo período no ano passado (2019). “A demanda por sangue não diminuiu, por isso estamos chamando doadores, lembrando da importância da doação, ainda mais neste mês que antecede as férias que, normalmente há uma baixa nas doações e não sabemos como será o comportamento neste ano, por conta da pandemia. Acreditamos que esta baixa pode ocorrer devido ao distanciamento, isolamento social e à incidência de casos de coronavirus em possíveis candidatos à doação de sangue”, conjectura.

A fim de estimular as doações, a equipe de captação do Hemolabor tem realizado a convocação de doadores regulares destacando que o banco de sangue tem tomado medidas para preservar a saúde do seu público, principalmente medidas preventivas para Covid-19. Apenas 2% das doações são de candidatos voluntários, sendo o restante de 67% de doadores acionados para reposição pelo Setor de Captação e 31% de doadores provenientes de campanhas realizadas. “Queremos que nosso doador sinta-se seguro em estar em nosso ambiente, para tanto estamos colocando em prática várias medidas preventivas para resguardar a saúde do público e dos nossos colaboradores, que continuam atuando nos seus postos”, explica o diretor.

Entre as medidas para dar mais segurança aos doadores, a adoção de uma agenda que têm distribuído de forma adequada o fluxo de doadores, evitando aglomerações; gerenciamento do fluxo de doadores por sala em todas as etapas da doação, mantendo os mesmos a uma distância de segurança; disponibilização de dispensers com álcool em gel em todos os ambientes; orientações aos público interno e externo sobre higienização das mãos e etiqueta para tosse e espirro; e uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) pela equipe técnica.

Realidade

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 3 a 5% da população de cada país deve ser doadora de sangue, contudo o Brasil está bem abaixo da meta: 1,9% dos brasileiros entre 16 e 69 anos doam sangue, segundo dados levantados em 2017 pelo Ministério da Saúde. Aproximadamente 3,3 milhões de pessoas doaram sangue e 2,8 milhões realizaram transfusão sanguínea no país. A meta do governo federal é ampliar a taxa nacional para 2,3% nos próximos cinco anos.

Entre os brasileiros, 59,52% são doadores voluntários, ou seja, doam espontaneamente regularmente, e os 40,48% restantes são doadores de reposição, aqueles que doam por razões pessoais, quando um amigo ou parente tem a necessidade de sangue. O diretor do Banco de Sangue Hemolabor, Clemente Martins de Oliveira Neto, acredita que a falta de conscientização está entre os principais fatores do baixo índice de doação, seguido por mitos, medos e, ainda, uma questão cultural.

Para ajudar a mudar esse cenário, campanhas e movimentos como o Junho Vermelho foram criados, sendo o dia 14 lembrado como o Dia Mundial do Doador de Sangue. A data, em alusão ao aniversário de Karl Landsteiner, prêmio Nobel pela descoberta do sistema de grupos de sangue ABO, homenageia todos os doadores e busca incentivar os não doadores sobre a necessidade da doação.

Critérios para doar sangue:

•          Estar em boas condições de saúde;

•          Ter entre 16 e 69 anos, desde que a primeira doação tenha sido feita até 60 anos (menores de 18 anos, precisam de autorização);

•          Pesar acima de 50 kg;

•          Estar descansado (ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas);

•          Estar alimentado (evitar alimentação gordurosa nas 4 horas que antecedem a doação);

•          Apresentar documento com foto emitido por órgão oficial;

•          Os homens podem doar com um intervalo de 60 dias, e as mulheres, 90 dias. Eles podem doar quatro vezes ao ano, enquanto elas podem doar três vezes.

Quem não pode doar sangue?

•          Pessoas com malária ou sífilis;

•          Pessoas que tiveram hepatite ou Doença de Chagas;

•          Usuários de drogas que compartilham seringas injetáveis;

•          Homens e mulheres com múltiplos (as) parceiros (as) e que mantenham relações sexuais sem o uso de preservativo (camisinha);

•          Parceiros sexuais de pessoas infectadas pelo HIV ou enfermos soropositivos;

•          Pessoas com histórias prévias, recentes de doenças sexualmente transmissíveis;

•          Mulheres grávidas.

Banco de sangue Hemolabor

O Banco de Sangue do Hemolabor utiliza um sistema que monitora e rastreia cada processo do chamado “Ciclo do sangue”. A atenção é total, desde o registro do doador e em todas as etapas, como a triagem, coleta, fracionamento e armazenagem individual de cada componente, até a sua liberação para transfusão por meio de leitor de código de barras.

Possui um departamento de Aférese que realiza procedimentos terapêuticos e não terapêuticos. Todos os procedimentos são realizados de forma automatizada, com equipamentos e infraestrutura inovadores e sob a supervisão de profissionais capacitados. O banco de sangue Hemolabor tem 14 hematologistas, sendo dois pediátricos, hemoterapeutas, um diretor técnico e um diretor clínico. Sua estrutura comporta 10 cadeiras de coleta e uma capacidade de receber 120 doadores de sangue por dia e 10 doações de aférese.

Além disso, o banco de sangue Hemolabor é certificado pela Associação Brasileira de Banco de Sangue, Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, Agência Nacional de Vigilância Sanitária e Organização Nacional de Acreditação, nível 3, que atesta Excelência.

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