O Legado Verdes do Cerrado, Reserva Particular de Desenvolvimento Sustentável (RPDS), localizado em Niquelândia (GO), de propriedade da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) e administrado pela Reservas Votorantim, receberá em 2024 três novas pesquisas científicas, fruto do edital de chamamento público em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg). As pesquisas são voltadas ao estudo de cavernas, de recursos hídricos e uma inovação no mapeamento de biodiversidade por meio de DNA. No início deste mês de dezembro, os pesquisadores responsáveis anunciaram os próximos passos dessas pesquisas em 2024.
Desde a sua criação, em 2017, o Legado Verdes do Cerrado promove e contribui com o desenvolvimento de programas e projetos de pesquisa em cinco frentes: flora, fauna, recursos hídricos, solo e carbono. As pesquisas visam mapear a biodiversidade da Reserva e seus potenciais socioambientais e econômicos, com foco no múltiplo uso do solo e desenvolvimento sustentável.
Para 2024, os três novos estudos, em parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG), reforçam o portfólio da Reserva nessa frente de atuação.
A pesquisa com cavernas, intitulada “Espeleologia e biodiversidade no Legado Verdes do Cerrado”, será desenvolvida pela pesquisadora Drª. Renata Santos Momoli, e terá como foco levantar dados e informações preliminares sobre aspectos físicos, químicos e biológicos em três das sete cavernas descobertas na Reserva. As análises focarão na descoberta e identificação de fungos, bactérias, morcegos e, eventualmente, outras espécies. Além disso, o estudo buscará identificar tipos de rochas formadoras, características físicas e químicas dos solos e sedimentos do interior e exterior das cavernas e tipo de vegetação presente em seu entorno.
Na frente de biodiversidade, a Reserva receberá a pesquisa “iDNA metabarcoding para o monitoramento de vertebrados no Legado Verdes do Cerrado”, que terá a pesquisadora Drª Mariana Pires de Campos Telles como responsável. A metodologia inovadora de iDNA metabarcoding (invertebrate-derived DNA) permite acessar o DNA de vertebrados (grupo de animais que possuem coluna vertebral) a partir de fragmentos do DNA encontrado no sistema digestivo dos invertebrados (como mosquitos e moscas que se alimentam do sangue dos vertebrados). Isso significa que a pesquisa ajudará a entender a riqueza e abundância de diferentes espécies animais na região, assim como as interações ecológicas entre as espécies vertebradas e invertebradas.
Na frente de recursos hídricos, a pesquisa “Nanocompósitos de grafeno e maghemita para adsorção de poluentes aquáticos e remediação ambiental” integra a lista de outras importantes pesquisas realizadas para atestar a qualidade da água no rio Traíras, que percorre 92 km dentro da Reserva antes de abastecer a cidade de Niquelândia.
Investimento em pesquisas científicas
De acordo com David Canassa, diretor da Reservas Votorantim, gestora do Legado Verdes do Cerrado, 2023 completou o sexto ano de investimento em pesquisas científicas. “O Legado tornou-se um laboratório de pesquisa a céu aberto, além de ambiente para iniciativas da nova economia que convivem harmonicamente com atividades convencionais, como agricultura e pecuária. Ao longo dos anos, temos investido em diferentes frentes de pesquisa, assim como também ampliando as parcerias para garantir a diversificação de temáticas e a continuidade dos estudos. Em 2024, terão início as pesquisas selecionadas no edital da Fapeg, que marca o segundo chamamento público em parceria com a universidade, demonstrando o nosso compromisso e o da CBA em fazer com que o Legado traga importantes contribuições para a conservação do bioma, seja em novos negócios com a floresta em pé ou em manejo sustentável das atividades convencionais”, comemora o diretor.
Canassa ainda destaca que o Legado Verdes do Cerrado mantém uma trajetória marcada por grandes contribuições ao estudo e conservação do Cerrado brasileiro e no desenvolvimento de atividades da nova economia. “Os resultados são fruto das mais de 20 parcerias com instituições de ensino e pesquisa, 11 projetos de pesquisas científica (considerando internos e com parcerias externas) – deste total, três são novos –, 107 pesquisadores envolvidos, gerando mais de 20 publicações, entre teses, artigos científicos, capítulos de livros e outras divulgações científicas”, finaliza o diretor.
Balanço
No início deste mês de dezembro, o Legado Verdes do Cerrado reuniu os pesquisadores no 4ª Encontro Técnico-Científico para apresentar os resultados das pesquisas em andamento, projetos internos de base sustentável e o balanço dos seis anos da Reserva. O encontro aconteceu no auditório do SESI/SENAI em Niquelândia e contou com a presença de 53 participantes, incluindo equipes técnicas do Legado Verdes do Cerrado, pesquisadores, representantes de instituições de base técnica e inovação, como Embrapa e Sebrae, personalidades públicas e outros convidados. Além da apresentação das pesquisas que serão iniciadas em 2024, o encontro destacou o modelo de negócio do Legado Verdes do Cerrado, baseado no múltiplo uso do solo, e os destaques dos resultados das pesquisas científicas.
Dentre eles, está o monitoramento de fauna e flora aquática e terrestre, que registrou 1.670 espécies, fruto de pesquisas próprias e em parceria com universidades e instituições de pesquisa. Na fauna, em 2023, o Legado se consolidou como um corredor ecológico para uma das espécies de grandes felinos mais ameaçadas no Brasil: a onça-pintada. No segundo semestre, uma onça-preta macho foi registrada pelas câmeras de monitoramento de fauna na reserva. O animal é da mesma espécie que a onça-pintada, mas com melanismo, uma condição genética que torna toda a sua pelagem preta.
O trabalho de levantamento da flora existente no território apontou que a Reserva abriga 12% de toda flora do bioma, sendo que deste total, 2% são de espécies endêmicas do Cerrado, o que torna a área um valioso patrimônio genético do bioma e da biodiversidade brasileira.
Outro destaque nas pesquisas com flora foi a descoberta da Erythroxylum niquelandense, uma planta com propriedades que podem ser utilizadas em medicamentos para o tratamento de doenças como o câncer e Aids, integrando a lista de novas descobertas mundiais, publicada em um artigo na revista científica Phytotaxa Magnolia Press, da Nova Zelândia.
O balanço também relembra uma iniciativa inédita do Legado Verdes do Cerrado: o Centro de Biodiversidade, que une pesquisa científica com a produção de espécies nativas da flora. Inaugurado em 2018 e ampliado em 2019, o espaço tem capacidade de produção de 200 mil mudas por ano e, atualmente, atende a demanda de projetos de restauração, principalmente nos estados de Goiás e Minas Gerais, de parceiros da Reserva, instituições e proprietários rurais, além de prefeituras em projetos de recuperação da flora e paisagismo urbano.
Neste ano, outro importante e recente resultado se destaca: a CBA e a Reservas Votorantim completaram um ano de certificação do primeiro projeto REDD+ do Cerrado, que monetiza o estoque de carbono por desmatamento evitado. O projeto contempla uma área de 11,5 mil hectares do Legado, com 350 mil toneladas de carbono já certificadas.
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Sobre o Legado Verdes do Cerrado
O Legado Verdes do Cerrado, com aproximadamente 80% da área composta por cerrado nativo, é uma área de 32 mil hectares da CBA – Companhia Brasileira de Alumínio, uma das empresas investidas no portfólio da Votorantim S.A. A cerca de três horas de Brasília, é composta por dois núcleos. No núcleo Engenho, nascem três rios: Peixe, São Bento e Traíras, de onde é captada toda a água para o abastecimento público de Niquelândia/GO. Nele está a sede do Legado Verdes do Cerrado onde, em 23 mil hectares, são realizadas pesquisas científicas, ações de educação ambiental e atividades da nova economia, como produção de plantas e reflorestamento; enquanto 5 mil hectares são áreas dedicadas à pecuária, produção de soja e silvicultura. O núcleo Santo Antônio Serra Negra, com 5 mil hectares, mantém o cerrado nativo intocado e tem parte de sua área margeada pelo Lago da Serra da Mesa.
Sobre a CBA
Desde 1955, a CBA – Companhia Brasileira de Alumínio atua de forma integrada, da mineração ao produto final, incluindo a etapa de reciclagem. Com capacidade de gerar 100% da energia consumida através de fontes renováveis, a CBA fornece soluções sustentáveis para os mercados de embalagens, transportes, automotivo, construção civil, energia e bens de consumo, além de ser líder em reciclagem de sucata industrial de alumínio.
Com a abertura de capital em 2021 (CBAV3), foi a primeira Companhia no segmento a ter ações negociadas na B3 e ingressou na carteira do ISE – Índice de Sustentabilidade Empresarial – no seu primeiro ano de elegibilidade. Com receita líquida de R$ 8,4 bilhões em 2021 e R$ 1,5 bilhão de EBITDA ajustado no período, a CBA tem o compromisso de garantir a oferta de alumínio de baixo carbono em parceria com os stakeholders, desenvolvendo as comunidades em que está inserida e promovendo a conservação da biodiversidade.