CEOs comentam a evolução do mercado em 2020 e as perspectivas para 2021

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Executivos dos setores da mobilidade, alimentação, saúde, educação e finanças compartilham tendências e oportunidades (Crédito da foto: Freepik/janoon028)

O ano de 2020 foi atípico, marcado por incertezas, transformações e, principalmente, amadurecimento dos negócios. É com essa bagagem que cinco CEOs de empresas brasileiras em diferentes setores compartilham as tendências e as oportunidades para mercados que prometem crescimento em 2021. 

MOBILIDADE

Tomás Martins, CEO e cofundador da Tembici, líder em tecnologia para micromobilidade na América Latina, acredita em uma revolução a vir que certamente acelerará ainda mais a mudança nos hábitos de consumo e mobilidade, abrindo oportunidades em especial para pequenos e médios empresários. Ao falar especificamente sobre mobilidade urbana, o executivo destaca que a pandemia acelerou um movimento necessário, o desenvolvimento de planos para cidades inteligentes e democratização da micromobilidade. 

“Ao longo do ano, testemunhamos parcerias estratégicas entre empresas, lançamentos de produtos e inovações tecnológicas na indústria de mobilidade ativa. Exemplos disso foram as novas bikes elétricas no mundo, inclusive o nosso lançamento, que é o maior da América Latina, no formato de compartilhamento e estações fixas. Falando da Tembici e do nosso papel na transformação das  cidades, com o aporte que recebemos em junho, continuaremos os investimentos em melhorias dos sistemas, tecnologia, implementação de bikes elétricas, além do plano de expansão”, declara o executivo.

ALIMENTAÇÃO

Para Isaac Paes, CEO do OiMenu, startup de cardápios digitais presente em todo o Brasil, apesar de 2020 ter sido um ano duro em diversos sentidos, a adoção do isolamento social como estratégia para conter o avanço da Covid-19 acabou favorecendo o setor de alimentação e fez com que o desenvolvimento de anos em inovação fosse acelerado em apenas um.

Em 2021, o autoatendimento seguirá como uma grande tendência neste mercado e isso é uma ótima notícia para os empreendedores e público em geral. Um exemplo disso é um shopping, em Curitiba, que recentemente implementou essa experiência de compra para uma praça de alimentação inteira. Por meio de QR Code, hoje é possível que os clientes comprem suas refeições enquanto ainda estão fazendo as compras – sendo necessário se deslocar para a praça de alimentação apenas no momento de retirada do pedido.

Além do autoatendimento, durante o ano veremos outras inovações despontando como tendências no setor, como é o caso das Dark Kitchens – a nova sensação do segmento de food service. Com o conceito básico de ser um restaurante virtual, as Dark Kitchens são estabelecimentos de alimentação que oferecem apenas comida para viagem. Devido ao recente crescimento do e-Commerce e Delivery e da atual necessidade de evitar aglomerações, muitos empreendedores estão vendo vantagens neste tipo de negócio e o conceito deve seguir em crescimento pelo país.

“Permaneceremos por mais alguns meses em estado de pandemia e, mesmo após o término da vacinação, especialistas recomendam que alguns cuidados continuem na nossa rotina diária. O setor de alimentação está se adaptando a esse novo mundo e a missão de oferecer uma experiência cada vez mais confortável e segura tem como base as urgentes necessidades da sociedade atual. Para 2021, podemos esperar inovações que apoiem a entrega sem contato e, principalmente, uma experiência ainda mais híbrida do que a experimentada até aqui – reforçando a chegada da IA (Inteligência Artificial) no setor da alimentação”, finaliza Paes.

EDUCAÇÃO 

Há mais de duas décadas, a EF English Live, tem sido pioneira na utilização de tecnologia para ministrar cursos de inglês online, oferecendo ensino de inglês de alta qualidade por meio do acesso a professores certificados de língua inglesa. Para o CEO da empresa, Nick Barnett, em 2021 o estudo online não será uma tendência, mas sim uma realidade, seja com intuito de buscar novos conhecimentos, aperfeiçoar-se no trabalho, ou até mesmo como um momento de lazer para muitos brasileiros depois da pandemia. 

“Nós acreditamos que o ensino online fará parte do dia a dia das pessoas, independente da idade. A pandemia causada pelo coronavírus acelerou a possibilidade do digital e ressaltou as facilidades para quem não conhecia o ensino nessa modalidade. Muitas pessoas também vão continuar trabalhando no modelo de home office, sendo possível conciliar os cursos online em horários alternativos. Ao mesmo tempo, o aprendizado do inglês é uma necessidade significativa em um mundo globalizado e cada vez mais competitivo”, ressalta o executivo. 

SAÚDE 

Maior plataforma de saúde emocional e desenvolvimento pessoal do País, o Zenklub viu a procura por soluções para empresas crescer mais de 1500% em 2020, fazendo o número de consultas online saltar de 5 mil para 50 mil nos primeiros dez meses do ano. O movimento mostrou que saúde emocional não é vista mais como um tabu ou um luxo, mas um pilar central da responsabilidade corporativa de empresas de sucesso. 

Para Rui Brandão, cofundador e CEO da startup, o contexto atual marcado pela pandemia do coronavírus e crise econômica, reforçou a necessidade de atenção com a saúde emocional tanto das pessoas como das organizações.

“Uma empresa é genuinamente feita de pessoas, mas o emocional é intangível. Essa pandemia mostrou que estar mais próximo, ter uma liderança mais humanizada e um ambiente de trabalho que gera confiança para as pessoas serem elas mesmas, é o que realmente gera o melhor colaborador e o melhor ambiente produtivo. Muitas empresas nos procuraram para que pudéssemos ajudá-las com isso e queremos oferecer ainda mais ferramentas em 2021″, destaca Brandão.

FINANÇAS

Para Bruno Sayão, CEO da IOUU, a pandemia impulsionou ainda mais as fintechs no Brasil, pois a capacidade de inovar está na raiz do surgimento dessas empresas.

A maior parte do mercado financeiro está centralizado em grandes instituições com pouca concorrência entre si e os serviços nem sempre são eficientes. Essa é uma grande oportunidade para que empresas de tecnologia possam preencher lacunas do mercado com soluções inovadoras e alternativas ao que oferecem os grandes bancos.

A consultoria Bain fez uma pesquisa global e descobriu que 95% dos consumidores pretendem recorrer aos bancos online mesmo depois que a crise do coronavírus arrefecer. 

Com o surgimento do open banking, onde as fintechs terão acesso aos dados mantidos por bancos, será apenas o início da revolução digital.

“A IOUU opera na modalidade P2P, que são transações feitas na forma de empréstimo. Desde que recebemos aval do Banco Central para funcionar, em 2019, já contribuímos com R$ 22 milhões em crédito para 250 pequenos negócios. Esse modelo já é considerado uma revolução do mercado financeiro e pode se tornar uma das principais maneiras de investir 2021”. 

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