Casal no comando da empresa, pode dar certo?

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Por Max Schaefer

Administrar pessoas é uma arte e a empresa é o meio onde tudo isso acontece, durante a jornada de crescimento empresarial o profissional possuí fases de adversidade que impactam em suas decisões e consequência futuras, daí a necessidade de um alinhamento de expectativas para evitar frustrações e ser produtivo em um cenário competitivo.

Antes de mais nada é importante o executivo ter a ciência que a vida empresarial não é uma linha constante e tranquila, onde a ilusão livre de percorrer caminhos sem empecilhos não existe, mas um labirinto cheio de passagens e nossas escolhas decidem um caminho a seguir, podendo estar inclusive com sentimento de pérfido ou confuso, e até mesmo chegar a um beco sem saída… isso é administração.

Esses fatos levam a um ambiente de maturidade crescente, pois a sinergia entre o topo organizacional e a eficiência do alcance dos resultados dependem de uma relação construtiva e organizada ao ponto de priorizar adequadamente suas expectativas, representando uma bússola orientativa quando os caminhos ficarem confusos.

Quando tratamos de casais administrando o mesmo negócio é fundamental haver um alinhamento sinérgico sob a ótica financeira da empresa, justamente porque existem segundo Gustavo Cerbasi e perfis de cônjuges visando que com a combinação correta gera um enriquecimento organizacional e felicidade financeira para o casal, são eles:

1 – Poupador
2 – Gastador
3 – Descontrolado
4 – Desligado
5 – Financista

Ter consciência de seu perfil e do seu cônjuge com clareza e humildade de administrar da melhor maneira as tratativas do dia a dia são sinônimo de sinergia, e em consequência aumento de produtividade.

E o reverso também existe, quando não alcançamos um alinhamento estratégico entre perfil do casal na empresa, a essência dessa discussão migra para um ambiente doméstico resultado em improdutividade e desalinhamento de ações.

A improdutividade leva a falta de priorização e planejamento, podendo resultado na síndrome do Hem e Haw (os duendes da história de quem mexeu no meu queijo), os quais acordavam mais tarde e se acostumaram a sempre ter o queijo no mesmo lugar (dito posto C), ou seja, evitar se acostumar com o mesmo ambiente e ficar em zona de conforto evitando o confronto.

A pergunta que deu origem ao livro “quem mexeu no meu queijo?” pega de surpresa os duedes Hem e Haw por não estarem preparados para a situação adversa (não ter queijo no posto C), ficando parados no mesmo lugar esperando alguém resolver seu problema, sofrendo e reclamando entorno de si mesmos ou culpando alguém ou alguma coisa. Ao mesmo passo e na sequência da história de Spencer Johson os outros dois ratinhos Sniff e Scurry diferentemente dos duendes seguiram adiante em busca de um novo queijo até encontrarem o posto “N”, muito mais farto que o anterior.

Isso significa dizer que quando algo não está não está bom é papel do líder movimentar a empresa rumo a um novo caminho. Assim como há sentimentos de insegurança e até caminhos sem saídas, arriscar na solução de determina solução é fator fundamental para descobrir novas oportunidades.

Um hábito necessário para um ambiente de planejamento eficiente de alinhamento de expectativa é compreender com calma a situação em que está inserida, um minuto de descanso adequado pode significar alguns bons negócios fechados e maior produtividade, pois quando tendemos a fazer muitas coisas sob pressão ao mesmo tempo perdemos essa compreensão e tendemos a fazer o mais rápido possível resolvendo questões de quem chega primeiro e não do que é mais relevante, daí a necessidade de criarmos mecanismos de alerta na priorização, seja em áreas ou temas de maior relevância, pois a variável mais importante em gestão é o tempo.

E para isso, Gustavo Cerbasi considera que temos 3 superações estruturais necessárias no ambiente organizacional, são elas:

1 – As pessoas tendem a colocar a vida pessoal em segundo plano, privilegiando o trabalho – principalmente o emergencial.
2 – Controlar gastos e estabelecer estratégias financeiras não é uma atividade prazerosa.
3 – É difícil abrir mão da possibilidade de adquirir novos bens de consumo
A segunda é mais desafiadora, pois dependendo do perfil do executivo, trabalhar com planilhas e números ao invés de tratar clientes e negociar contratos de marketing é muito prazeroso, até mesmo porque finanças requer análise, conciliação e negação muitas vezes e isso não é prazeroso, porém necessário para o desenvolvimento de habilidades e foco na produtividade empresarial.

Estudar e refinar finanças e controles deve ser um hábito a ser praticado constantemente, principalmente em funções operacionais e comerciais, uma vez que para operar uma empresa

Desenvolvimento de habilidades

O sétimo hábito das pessoas mais eficazes é afinar o instrumento, e esse tem que ser feito constantemente, sendo assim a busca de conhecimento técnico, motivacional, de negócio e mundo é um círculo que não cessa.

Na função de liderança entender que desenvolver o ambiente e o bem-estar a sua volta proporciona um maior engajamento e motivação é uma necessidade, assim como escutar com respeito o que todos funcionários tem a sugerir é um virtude.

Quando o comando for de dividido por um casal, este deve concentrar suas energias no coletivo da equipe de forma simples e funcional, sem descuidar das margens de negócio, e para isso algumas estratégias são importantes:

1 – Controle de gastos – desde os pequenos aos grandes gastos – isso leva a disciplina e olhar em todas as áreas da empresa e evita de dinheiro estar indo embora pelo ralo.

2 – Metas – definir meta orienta o caminho a seguir

3 – Disciplina no investimento – tanto operacional quanto não operacional

4 – Ajustes periódicos em relação a margem, custos e rentabilidade dos sócios

5 – Administração frequente – criar valor para empresa através de reinvestimento frequente

6 –Analisar despesas sempre – Não existe investimento no endividamento até os gastos serem totalmente quitados, até lá deve-se economizar em tudo até que se atinja o equilíbrio necessário para gerar uma rentabilidade nos negócios e na vida do casal.

FOCO

A terceira habilidade das pessoas altamente eficazes, ou seja, de o mais importante primeiro. Parece óbvio mas o maior desafio do executivo é planejar seu dia a dia em um mundo onde aparentemente tudo é prioridade, isso ocorre devido a velocidade das informações e a conectividade social.

Sendo assim, a capacidade principal a ser desenvolvida é tornar-se um líder priorizando o foco na equipe, no coletivo, no bem da sociedade e família, e em consequência engajar sua equipe gera possibilidade de resultados melhores para organização. Tudo isso é um ambiente transformacional constante gerando sentimentos positivos, com dedicação e boa energia no trabalho – e é nesse momento que se estabelece a relação de troca; a recompensa é aumento de produtividade e felicidade com o que foi construído conjuntamente, pois mudanças são inevitáveis, e a forma como reagimos e nos adaptamos rapidamente ao novo cenário diz o tamanho de nossa criação de valor para empresa em que estamos.

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Max Schaefer é especialista estratégia empresarial e Diretor da Smart Boss

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