Brasil tem 4,4 mil torres ociosas para dobrar conectividade rural

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A simples efetivação destas instalações já seria suficiente para um aumento de 4,5% do Valor Bruto de Produção (Foto: SNA/Reprodução)

Um estudo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) revelou que 4,4 mil torres já instaladas, mas ociosas, poderiam praticamente dobrar as áreas agrícolas “iluminadas” com conectividade rural no Brasil.

A simples efetivação destas instalações já seria suficiente para um aumento de 4,5% do Valor Bruto de Produção (VBP) em relação a 2017, já que ampliaria a cobertura dos 25% atuais para 48% do território dedicado à agropecuária.

Além disso, o estudo aponta a necessidade de instalação de 15.182 novas torres para atender 90% da demanda de sinal de internet no campo, com acréscimo no VPB seria de 9,6% na mesma comparação.

Deste modo, os dados, obtidos em primeira mão pelo AgEvolution, demonstram a possibilidade de uma sensível melhora na cobertura de áreas desatendias de internet a partir da ativação de novas torres celulares.

Segundo análises prévias, seriam necessários apenas dois anos para efetivar todos estes avanços a partir da disponibilização das verbas.

O prazo, contudo, dependerá de recursos do Fust (Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações) e do próprio edital do 5G.

Mapeamento

Para realizar o mapeamento, a pesquisa usou uma abordagem científica com modelagens matemáticas robustas a fim de subsidiar políticas públicas e iniciativas privadas para ampliar a iluminação de conectividade do campo e outras ações em agricultura digital.

Segundo o estudo, “a articulação de uma política de expansão da conectividade, em coordenação com as já existentes políticas de ATER e crédito rural, é comprovadamente um caminho próspero para o contínuo progresso da agropecuária brasileira”.

O setor agropecuário brasileiro conhece o desafio de ampliar a infraestrutura adequada de telecomunicações no campo e sua importância para que o Brasil continue a ser uma potência rural por meio de mais informação, tecnologias e inovação.

“O Ministério da Agricultura e seus parceiros estão concentrando esforços na ampliação da conectividade para o campo e também para levar conhecimento e novas plataformas para o produtor”, disse Sibelle de Andrade Silva, diretora do departamento de Apoio à Inovação Agropecuária.

Segundo ela, o Governo Federal está ciente dessa importante janela de oportunidade trazida pela conectividade e está se mobilizando para aproveitá-la da melhor maneira em prol do fortalecimento do dinâmico setor agropecuário nacional.

“Nossa missão como governo não é apenas prover conexão para o agro, mas promover uma inclusão real, levar conteúdo e conectividade, levar inovação”, acrescentou.

Para isso, o Mapa tem atuado na prospecção de novos modelos de prestação de serviço de Internet com custo menor e melhor qualidade para o meio rural em contínua interlocução com o Ministério das Comunicações (MCom), com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), com a ANATEL e com a Embrapa.

Além disso, o Mapa e o Ministério das Comunicações têm investido em ações estratégicas. A ativação das antenas existentes com conectividade via 4G, 3G, 2G ou equivalentes é apenas uma delas.

Outra alternativa já em curso é a articulação com o MCom para o uso da conectividade provida por satélites Geoestacionários ou constelações de média e baixa órbita para o campo.

O objetivo neste caso é o atendimento em regiões remotas do Brasil na prestação de serviços de banda larga, como em escolas rurais e comunidades longínquas. Segundo o documento, já existem 46 pontos de conectividade em áreas remotas com esta tecnologia.

Outras frentes

A conectividade via Leilão do 5G é mais um caminho. O esforço governamental visa o cumprimento de obrigações de atendimento do Edital de 5G da Anatel, naquilo que for pertinente à expansão de redes para atendimento rural.

Neste aspecto, o Mapa participou da inauguração da primeira antena da nova geração de internet 5G na fazenda do Instituto Matogrossense de Algodão (IMAmt), em Rondonópolis (MT), na semana passada.

Além disso, a Câmara do Agro 4.0 traçou o plano de ação da Câmara do Agro 4.0, em abril, que contempla os desafios para estimular a ampliação da Internet das Coisas (IoT) para aplicações no meio rural. O Sistema CNA/Senar também faz parte do órgão.

O Mapa também tem participação no Conselho Gestor do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST) para disponibilização de linhas de crédito com recursos para financiar grandes e pequenos provedores para a implantação de infraestrutura de conectividade.

Com informações do portal AgEvolution

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