BlueTrade incorpora goiana LHx Investimentos

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É o maior acordo entre agentes autônomos da XP Investimentos; fusão cria negócio com R$ 7,5 bi sob custódia (Foto: Reprodução/Sunosearch)

A BlueTrade, terceiro maior escritório de assessoria de investimentos associado à XP, anunciou, na última sexta-feira (16), a incorporação da goiana LHx Investimentos, que elevará o valor dos ativos sobre custódia (AuC) do grupo para 7,6 bilhões de reais. Com a fusão, a LHx passará a utilizar o nome BlueTrade. Segundo as empresas, o negócio envolve a troca de participações, dentro da cultura de partnership.

“É a maior incorporação feita na história da rede XP”, afirmou Wagner Vieira, sócio-fundador da BlueTrade, que antes da operação tinha 6 bilhões de reais em AuC.

Ele explica que o acordo não envolveu dinheiro, mas troca de participação, com os sócios da LHx ficando com 9% da BlueTrade, o que fará com que a fatia de Vieira e do outro sócio-fundador, Leone Cabral, diminua para 72%, de 81% antes.

De acordo com a BlueTrade, o negócio é o maior da história da rede de escritórios associados da XP Investimentos e deve atingir cerca de 15 mil clientes ativos. Enquanto a BlueTrade possuía R$ 6 bilhões sob gestão, a LHX tinha cerca de R$ 1,6 bilhão.

Com a transação, o escritório, que nasceu em Franca (SP) há 11 anos e está presente em oito cidades no país, incluindo Rio de Janeiro e São Paulo, entra em Goiânia e Brasília, ampliando sua base de clientes de 11 mil para 15 mil. A equipe passa de 220 para 320 colaboradores.

Vieira avalia que o AuC após a incorporação deve chegar a 8 bilhões de reais no final deste ano e dobrar em 2021, na esteira da queda das taxas de juros que tem levado muitos investidores a buscar retornos mais atrativos. “Os investidores estão mais carentes”, afirmou. “O cenário mudou.”

Nesse contexto, ele trabalha com uma projeção de faturamento de 60 milhões de reais para 2020. “E no ano que vem, provavelmente, a gente dobra de novo”, estimou.

O executivo lembra que ao criar a BlueTrade com o sócio, ambos egressos de banco e em uma sala de 30 metros quadrados, o escritório levou oito anos para chegar ao primeiro bilhão de reais em AuC.

“Agora serão mais de 4 mil metros quadrados” em área ocupada pelo escritório nas diferentes cidades, afirmou, sugerindo que essa metragem pode aumentar ainda mais.

“Nós estamos conversando em paralelo com outros escritórios”, adiantou sem citar nomes, apenas que estão em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. “Vamos ver ainda muita consolidação no setor”, acrescentou.

Vieira não descarta a possibilidade de a BlueTrade se transformar em corretora, mas diz que não é algo para o curto prazo. “Hoje tem muito espaço ainda para continuar como agente autônomo… Não vejo (essa mudança) para esse ano, ano que vem.”

Conflito

A fusão entre dois escritórios credenciados pela XP ocorre em um momento em que a empresa briga pelos escritórios de agentes autônomos com o BTG.

A XP e o BTG Pactual vêm travando uma disputa por agentes autônomos, pontuada neste ano pela decisão de um dos maiores escritórios ligados à XP, o EQI Investimentos, de se descredenciar do grupo para se juntar ao BTG Pactual.

Com informações do portal Terra, jornal Valor Econômico e portal Sunosearch

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