Os números de casos e mortes envolvendo a Covid-19 voltaram a aumentar nos últimos dias em Goiás e no Brasil. Segundo o consórcio de veículos de imprensa, com base em dados das secretarias estaduais de saúde, o Brasil apresentou um aumento de 24% nos números de mortes nos últimos sete dias em relação à média de duas semanas atrás. O país acumula mais de 181 mil mortes e quase 7 milhões de casos confirmados. Goiás, apesar de demonstrar estabilidade nos últimos dias, registra mais de 6.500 mortes e mais de 294 mil casos da doença.
O aumento do número de casos e mortes acendeu o sinal de alerta em diversos segmentos, como a construção civil, um setor de atividade essencial para a retomada da economia. De acordo com a médica do trabalho e coordenadora médica do Serviço Social da Indústria da Construção no Estado de Goiás (Seconci Goiás), Patrícia Montalvo, houve um certo relaxamento das medidas de prevenção por parte de toda a sociedade, situação que pode ter acarretado o crescimento do número de casos.
“Esse aumento de pessoas acometidas pela Covid-19 pode resultar em uma nova sobrecarga do sistema de saúde público e particular, repercutindo também em uma elevação do número de óbitos”, alerta Patrícia.
A coordenadora da área médica do Seconci Goiás ainda ressaltou que é fundamental que os trabalhadores continuem mantendo os cuidados, como a higienização frequente das mãos com água e sabão e álcool em gel, uso de máscaras ao sair de casa e durante o horário de trabalho e evitar tocar olhos, boca e nariz com as mãos não lavadas. “Também é importante que o trabalhador evite aglomerações, como festas, reuniões, feiras, encontros de família, e mantenha a etiqueta respiratória ao tossir e espirrar – sem retirar a máscara de proteção. Se o trabalhador estiver com Covid-19, ele deve evitar sair para não contaminar mais pessoas”, destaca a médica Patrícia.
As empresas também não devem deixar de lado as medidas que já vinham sendo tomadas e que contribuíram para reduzir o número de casos até o mês de novembro. Patrícia alerta que as empresas do setor da construção civil, por exemplo, devem manter o monitoramento diário com aferição de temperatura (termômetro infravermelho) e questionamento sobre sintomas gripais. Todo colaborador suspeito, mesmo com sintomas leves, deverá ser avaliado pelo médico.
“Além disso, as empresas da construção civil devem reforçar junto aos seus colaboradores a importância de não compartilhar objetos pessoais, como copos, talheres, celulares, fone de ouvido; não compartilhar EPI [Equipamento de Proteção Individual], especialmente a máscara de proteção facial e respiratória; assim como manter o distanciamento dos colegas nos locais de refeição, vestiário, local de registro de ponto, entre outros”, orienta.
Plano de Contingência
Para enfrentar a pandemia, o Seconci Goiás elaborou ainda no início da disseminação do novo coronavírus um conjunto de orientações por meio de um Plano de Contingência e um Plano de Ação, para garantir a segurança dos trabalhadores nos canteiros de obras. Além disso, a entidade criou o Guia para Trabalhador da Construção – Combate ao Coronavírus, Boletins Informativos Prevencionistas e Apresentação para Treinamento de Colaboradores, buscando informar e capacitar os trabalhadores da construção sobre os cuidados necessários para o controle e prevenção da Covid-19.
Segundo o presidente do Seconci Goiás, Yuri Vaz de Paula, o Plano de Contingência elaborado pela entidade pode ser adaptado de acordo com a realidade de cada empresa.
“É um instrumento que aborda detalhadamente todas as orientações para um trabalho seguro nos canteiros de obras. Ele é revisado periodicamente e enviado às empresas para garantir a segurança de todos dentro do canteiro”, detalha Yuri.