A pandemia fez aniversário nesse mês de março. É o tipo de comemoração que ninguém gostaria de fazer. Foram muitos lares e histórias encerradas durante esses 12 meses. Além disso, tivemos um impacto muito grande em comércios locais de pequeno e médio porte espalhados por esse país: Aqueles estabelecimentos que possuem grande ligação com sua clientela, que está acostumada ao bom e velho “tête-à-tête” (expressão usada do olho no olho).
Esses pequenos e médios negócios estão distantes de grandes players e líderes de mercado, que contam, muitas vezes, com capital em condições favoráveis para momentos crise. Além de terem também ferramentas tecnológicas e alto poder de investimento em marketing digital, possuem agilidade necessária para se reinventarem em momentos de crise intensa como a que estamos vivenciando.
Já os menores, mesmo quando conseguem se encaixar no universo digital, não podem acreditar em milagres de vendas como solução milagrosa. Tem que ser encarado como apenas mais uma ferramenta para ampliar e sobreviver nesse momento.
O seguimento lojista de varejo é o segundo setor que mais emprega no Brasil, respondendo por uma empregabilidade muito importante no país: de pessoas com baixo grau de escolaridade que necessitam de oportunidades.
Tais empreendimentos são geridos em sua grande maioria por grupos familiares e, quando são afetados, o resultado cai diretamente nos lares desses empresários. É como diz velho ditado: “Vendem o almoço para comprar o jantar”.
A conta nunca vai fechar se apenas o final da cadeia for responsável por sustentar o peso da pandemia. Temos necessidade extrema de reformas estruturantes como administrativa e tributária, reduzir o peso da máquina pública, focar nas privatizações e acabar com privilégios.
Vários comércios estão entubados nesse momento e aguardam na fila para receberem oxigênio de crédito, de oportunidades, de menos desigualdade. E muito mais que isso, de continuidade de seus negócios.