A agenda econômica mundial da última década vai ser descrita nos futuros livros de história econômica como o ciclo do alto risco. Nada pior para nossa geração de executivos de grandes empresas, em sua fase mais produtiva e promissora, ter amargado um período tão longo e tão retrógrado, recessivo, de uma época de desinvestimento e insegurança.
As lições e as consequências da crise global de 2008/2009 ainda estão no quadro, não foram apagadas nem absorvidas. Ainda olhamos o mapa do desastre sem reconstruir as contas públicas – e elas ainda longe do ponto de equilíbrio. Esse desequilíbrio é como uma virose, contamina e adoece toda economia.
As empresas não querem mais pagar a conta do risco. Tantos perderam tudo que inibe ímpetos de ousadia. Se empreender é correr risco, também pode ser correr riscos minimamente calculados.
Hoje várias empresas têm diretor de risco ou diretor-executivo de riscos – com voz de comando e influência próxima a de um CEO. As tomadas de decisões levam dezenas de assinaturas, exigindo uma ousadia coletiva e unânime. De fato, o cansado mundo dos negócios tem agora o medo como premissa. Arriscar? No futuro, quem sabe?
Os protocolos das boas práticas de gestão estão em mutação. Gestão também é reter conquistas, não desfazer de ativos para quitar insucessos. Aos poucos, o gerenciamento de risco e o monitoramento estão incluídos em todos os níveis das corporações, com uma nova cultura de negócios sendo implantada, direcionada cada vez mais pela leitura e analise de dados e menos pelo feeling.