Arquitetura escolar interfere na aprendizagem das crianças

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Os novos tempos não combinam mais com espaços escolares desconfortáveis e sem interatividade, combinam com características mais humanizadas que inspirem as pessoas e dialoguem diretamente com o projeto pedagógico. Assim, transformar a escola em um ambiente mais inspirador e produtivo, inclui deixá-lo mais confortável, bem ventilado, bem iluminado e sustentável, já que tudo isso afeta a concentração e o aprendizado dos alunos. Características que fazem parte do conceito da “Escola do Futuro”, que combinam o ensino tradicional com métodos inovadores, influenciados pela tecnologia e as novas demandas da sociedade e atualização de conhecimentos pedagógicos.

Segundo a arquiteta Mariana Mendonça, especialista em projetos escolares, os alunos precisam se sentir acolhidos e amar aquele lugar. “Os espaços devem ser práticos e flexíveis, permitindo o desenvolvimento de diferentes comportamentos, como leitura e atividade física. Elementos da natureza são muito sempre bem-vindos”, explica a arquiteta.

“As cores criam ainda uma atmosfera mais estimulante, mas é preciso ter cuidado para não pecar pelo excesso. Cores quentes, como vermelho, laranja e amarelo são mais indicadas a ambientes de recreação, onde o aluno tem mais liberdade de movimentação, já em ambientes de estudo, como sala de aula, biblioteca e laboratórios pedem por cores frias, como o azul, verde e violeta, associadas à calmaria,” acrescenta Mariana.

Em recente projeto para a Escola Winsford, onde estudam 200 crianças, de um a 11 anos, Mariana deu atenção minuciosa a qualidade de cada cômodo, incluindo até os banheiros. A diretora geral, Luciana Pinheiro, conta como essa nova perspectiva tem sido positiva e sentida. “Os pais têm ficado fascinados com a estética do novo ambiente, voltado ao bem-estar, ao estímulo da leitura em diversos ambientes, ao contato com a natureza. Esses ambientes estimulam a formação de líderes, pessoas inovadoras, oferecem espaços amigáveis, não deixando espaço para o bullying”, complementa diretora.

Arquiteta Mariana Mendonça, especialista em projetos escolares (Divulgação)

A coordenadora pedagógica da Escola Interamérica, Vera Wohlgemuth, explica que o projeto da unidade comtemplou salas de aula bem projetadas, que cuidam, desde a ventilação, a luminosidade, a acústica até a organização dos mobiliários e definição de cores que integram harmoniosamente, com certeza, estimula os professores e os estudantes nesse processo de ensinar e aprender. “Consideramos o espaço da sala como um terceiro educador, numa sala planejada para que professores e estudantes utilizem um ambiente agradável”, explica.

Já o Colégio Integrado tem investido na reforma das suas duas unidades, para que os espaços fiquem mais funcionais, com modernidade e acolhimento. Lá a ideia é implantar um design moderno, com um mobiliário versátil. Os espaços contam com iluminação especial, detalhes em acrílico e led. “As escolas estão sentindo a necessidade até de tirar as carteiras da sala de aula, ser um ambiente mais aberto com a possiblidade de ações diversas. Hoje em dia o aluno é o protagonista, ele tem voz e vez na escola e isso é muito importante,” explica o arquiteto

Contato com a natureza

O Colégio Externato São José tem a natureza como parte fundamental do seu espaço e conta com uma área aberta, com árvores frutíferas e várias espécies de plantas, para acolher as turmas não somente com sombras, mas contribuindo com os ensinamentos práticos de diversas disciplinas.  Recentemente, o Externato passou por um novo processo de arborização, para promover ainda mais o entendimento sobre a necessidade da harmonia entre as pessoas e o meio ambiente.

“Por meio da implantação de mais áreas verdes, como gramados e jardins, também incentivamos disseminamos a consciência ecológica, que é um ponto de extrema importância para a construção da identidade dos nossos alunos enquanto cidadãos”, afirma Tatiana Santana, diretora pedagógica do Externato São José.

Já o Colégio Integrado Kids conta com um pomar e outros pontos verdes espalhados pela área externa. De acordo com a coordenadora geral da instituição, Ana Karolina Siqueira, essa estrutura foi pensada para proporcionar às crianças um vínculo que incentiva o bem-estar físico e mental, melhora o desempenho escolar e estimula o convívio social. “Essa abordagem promove o despertar da consciência crítica em todos os âmbitos: ambiental, ético, econômico, político e social, tornando o processo de ensino-aprendizagem ainda mais significativo”, explica Ana Karolina.

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