A virada da minha empresa: Business Takumi – Parte II

Akira Ninomiya Júnior

Empresário e empreendedor social. Consultor em estratégias para business. Perito em ressignificação de crises e conflitos (Negociador e Mediador – Harvard University). Escritor, palestrante internacional.
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Takumi é o termo japonês utilizado para artesão, um ofício com base na habilidade humana (Imagem: Pixabay)

Neste segundo artigo da trilogia de artigos A Virada da Minha Empresa, eu quero compartilhar o ensinamento milenar japonês que construiu o conceito Takumi.

Takumi é o termo japonês utilizado para artesão, um ofício com base na habilidade humana, tradição ainda muito forte no Japão, que muitos autores vêm discutindo se sobreviveria com a modernidade tecnológica.

No Japão, o termo takumi é usado para designar pessoas que se desenvolveram com tamanha maestria em seus ofícios que praticamente se tornaram únicas em seus respectivos segmentos. Estima-se, inclusive, que esta maestria venha por meio da conquista de 60.000 horas de prática, ou seja, um verdadeiro estilo de vida.

Estudando sobre o mindset dos takumis japoneses fiquei impressionado ao saber que cofundador da Apple, Steve Jobs, se inspirava no trabalho do takumi Yukio Shakunaga, que utilizava a técnica Etsu Seto-yaki, dominada por pouquíssimas pessoas, para produzir peças em porcelana. Steve Jobs visitou uma exposição de Yukio, em Kyoto, na década de 80 quando estava em visita ao Japão para estudar os métodos aplicados pelas fábricas da Sony, de Akio Morita, para aplicar na Apple.

Yukio pessoalmente busca a matéria prima para suas peças de porcelana nas montanhas de Toyama, sendo o único artista de sua classe a conhecer o processo de fabricação desde a origem até a finalização, tornando-o um autêntico takumi.     

Outro exemplo de Takumi é Katsuaki Suganuma, que trabalha na Lexus há mais de 30 anos. Katsuaki, que é um Takumi encarregado da linha de inspeção final da Lexus, cuja inspeção consegue níveis de precisão que nenhuma tecnologia com inteligência artificial e robôs consegue atingir.

É sobre essa maestria que este artigo vem tratar. O quanto realmente nos dedicamos ao auto aprimoramento nós realmente nos dedicamos a ponto de nos tornarmos únicos em nossos ofícios. E isso não se limita apenas a trabalhos de artesanato e neste sentido faço também referência a aplicação deste conceito em outras atuações profissionais, como por exemplo um gestor de projetos, um headhunter, um negociador, um pedreiro, um coach, entre tantos outros.

Trata-se de um conceito que traduz a auto dedicação para se tornar não necessariamente melhor do que os outros, mas sim em atingir toda a sua potencialidade e conectá-la com o seu propósito de vida, seu ikigai.

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