A economia em 2021

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Com a segunda onda da covid-19 no Brasil e os percalços no programa de vacinação nacional, a economia sofre os efeitos da coronacrise. Veja a análise de Marcos Freitas Pereira (Foto: Freepik)

Por Marcos Freitas Pereira

Segundo Boletim Macro divulgado pela FGV IBRE de janeiro de 2021, o PIB brasileiro deverá ter queda de 4,5% em 2020 e projeção de crescimento de 3,5% no ano de 2021.

A queda do PIB de 4,5% no ano de 2020 não é uma má notícia, no início da pandemia chegou-se a projetar queda de 9% e, graças ao auxílio emergencial, a queda foi amenizada.

O que se discute agora é a evolução da economia brasileira no ano de 2021. Enquanto as economias dos Estados Unidos e da China dão sinais de crescimento vigoroso em 2021, a nossa economia depende de diversos fatores para que tenhamos um crescimento esse ano. Coloco em dúvida esse crescimento de 3,5% projetado, tanto, pela FGV-IBRE, como, pelo mercado financeiro através da pesquisa Focus realizada pelo Banco Central do Brasil.

Sem dizer que esse crescimento já é pífio tendo em vista o tamanho da queda do PIB em 2020, contrariando as previsões do Ministro da Economia, Paulo Guedes que a recuperação econômica do Brasil seria no formato de V.

Enquanto nós debatemos sobre a previsão de crescimento do PIB de 3,5% em 2021, após queda de 4,5% em 2020, os Estados Unidos, após queda prevista de 3,3% em 2020, projetam crescimento da ordem de 6,4%. Esse crescimento consolidou-se com o anúncio de um pacote fiscal de 9% do PIB para o ano de 2021. A China, segunda maior economia do mundo, terá tido um crescimento do PIB de 2,3% no ano de 2020, uma das poucas economias com crescimento no ano, e projeta-se para 2021 crescimento de 9,2%.

Com a divulgação dos resultados do PIB do Brasil de outubro e novembro de 2020, demonstrando desaceleração do ritmo do crescimento, primeiro em função da redução do auxílio emergencial e segundo pelo recrudescimento da pandemia, a segunda onda, deveremos ter um primeiro semestre de 2021 ainda com queda do PIB. Somente no 2º semestre que a economia deverá apresentar sinais de crescimento.

 A segunda onde afetou a nossa empresa, a WAM, que vinha recuperando a sua atividade em forma de V até o mês de novembro, porém, com a piora da pandemia, as atividades da empresa foram afetadas no mês de dezembro e no mês de janeiro conforme gráfico abaixo.

 A tendência em outubro de 2020, que teríamos o melhor verão de todos os tempos, não se confirmou devido ao agravamento da pandemia com a 2ª. onda. Portanto, diversos setores da economia, principalmente serviços, foram também afetados.

O crescimento do PIB projetado para 2021 de 3,5% está totalmente dependente do sucesso do programa de vacinação no país. O desafio do crescimento depende de um eficiente programa de vacinação liderado pelo Governo Federal, bem como, da disponibilidade de quantidade de doses de vacinas suficientes para vacinar a população brasileira.

Até agora nada que o governo federal tenha feito deixa-nos animados e otimistas com o ano de 2021. A falta de liderança, o negacionismo, os conflitos ideológicos com países fornecedores de vacina, nos colocam em uma situação muito vulnerável e descrente com a projeção do crescimento do PIB para o ano.

Como a solução para a economia deverá passar necessariamente pela condução política, precisamos torcer para que as eleições do novo presidente da Câmara e do Senado contribuam para o cenário favorável para o país. Na falta de liderança do executivo, outras instituições deverão assumir o vácuo para o bem do Brasil.

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Natural de São Paulo, Marcos Freitas Pereira acumula mais de 25 anos de experiência de mercado. Doze destes anos foram como administrador em cargos de comando na Pousada do Rio Quente Resorts.

Exerceu as funções de Gerente de Orçamento e Finanças, Controller, Diretor Estatutário Administrativo Financeiro e Diretor de Relações com o Mercado. Além disso, dois anos como Diretor Superintendente, principal executivo da empresa. Atualmente atua como Sócio da WAM Brasil.

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