A economia brasileira em 2022

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"Infelizmente, não podemos esperar grandes motivos econômicos para comemoração esse ano", confira a análise de Marcos Freitas Pereira (Foto: Rawpixel)

Por Marcos Freitas Pereira

A economia em 2022 para o povo brasileiro vai de mal a pior e, para o governo Bolsonaro, está pior ainda, em ano eleitoral.

A tendência desse ano é de que a economia atinja muitos indicadores negativos: inflação acima da meta; juros e déficit nominal nas alturas; a volta da fome; a redução da classe média; desemprego alto e crescimento econômico negativo.

Todo esse cenário decorre em consequência da falta de planejamento e ações do governo, além de ser o causador de crises econômicas, políticas, sanitárias, ambientais, constitucionais e sociais, provocando, em síntese, uma tempestade perfeita para o povo brasileiro e para as ambições de reeleição.

Voltando para a economia. O crescimento da economia em 2021 não foi suficiente para compensar a perda do ano anterior, 2020, em função da pandemia COVID-19. Enquanto isso, as maiores economias do mundo cresceram no ano de 2021 mais do que o suficiente para recuperar a perda de 2020. E, para piorar, enquanto o mundo crescerá em 2022, o Brasil tem previsão de uma recessão com queda prevista para o PIB de 0,5%.

A economia brasileira teve uma das maiores inflações do mundo em 2021 e tudo leva a crer que em 2022 a inflação continuará alta e acima da meta. E para combatê-la,  não resta outra alternativa para a política econômica adotada pelo governo, aumentar a taxa de juros, que hoje já está em dois dígitos (10,75% podendo chegar a 12,25%) depois de vários anos em torno de 1 digito. O Brasil já é uma das maiores taxas de juros nominais e reais do mundo.

Em consequência, o déficit nominal deverá crescer significativamente esse ano, elevando com isso a dívida pública em relação ao PIB. Com isso, haverá pressão significativa dos credores da dívida pública brasileira à ajustes fiscais, inibindo investimentos governamentais e redução das despesas sociais em um momento que o Brasil vive uma economia com demanda fraca e um caos social.

Do lado social, o Brasil presencia uma deterioração, a fome volta a preocupar a sociedade depois de mais de uma década, já são 30 milhões de pessoas vivendo na extrema pobreza. A classe média tem reduzido o seu tamanho  nos últimos anos, constata-se hoje um retorno do aumento da classe D e E em detrimento à classe C. O Brasil está mais pobre, desempregado e mais faminto.

A indústria automobilística, uma das principais indústrias do Brasil, teve em janeiro de 2022 a sua pior produção dos últimos 19 anos com uma queda de 27,4% em relação a janeiro de 2021.

Portanto, infelizmente, não podemos esperar grandes motivos econômicos para comemoração esse ano. Será um ano sofrível, sentindo todas as consequências de um governo que até hoje não diz o porquê veio.

Por outro lado, politicamente, essa será a primeira eleição presidencial, após a redemocratização, que o Brasil terá dois candidatos, hoje na frente das pesquisas, que já foram presidentes. Pela primeira vez o povo brasileiro vai poder comparar o que um e outro candidato fizeram nos seus governos, pela primeira vez ações serão demonstradas no lugar de apenas promessas, nem as fake news e nem o negacionismo serão protagonistas desta vez, apenas a informação correta.

Que Deus nos ajude!

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Natural de São Paulo, Marcos Freitas Pereira acumula mais de 25 anos de experiência de mercado. Doze destes anos foram como administrador em cargos de comando na Pousada do Rio Quente Resorts.

Exerceu as funções de Gerente de Orçamento e Finanças, Controller, Diretor Estatutário Administrativo Financeiro e Diretor de Relações com o Mercado. Além disso, dois anos como Diretor Superintendente, principal executivo da empresa. Atualmente atua como Sócio da WAM Brasil.

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