Cosméticos: Coty planeja vender ou fechar fábricas e pode afetar Goiás

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A empresa tem fábrica em Senador Canedo e, desde o ano passado, divulga interesse em se desfazer do ativo (Foto: Shutterstock)

A fabricante de cosméticos francesa Coty reportou, nesta quinta-feira (27), um prejuízo trimestral maior do que o esperado e uma queda de 56% nas vendas, com o fechamento de lojas e salões causado pela pandemia da covid-19 e consequente prejuízo na demanda por seus produtos de beleza. A companhia está trabalhando em um plano de venda ou fechamento da maioria de suas fábricas e terceirização de um número maior de operações.

A empresa tem fábrica em Senador Canedo (Goiás) e, desde o ano passado, divulga interesse em se desfazer do ativo. Entre os interessados que já passaram – ou ainda estão – na mesa de negociação: Natura e O Boticário. A estratégia, segundo informou o Financial Times, citando o presidente da Coty, Peter Harf,  é adotar um plano “leve em ativos” que permita suportar o golpe da coronacrise.

As vendas em seu segmento produtos de beleza ao consumidor caíram cerca de 55%, enquanto as vendas de sua unidade de luxo despencaram 71% no quarto trimestre fiscal, encerrado em 30 de junho. A receita líquida caiu para 922,1 milhões de dólares, abaixo das expectativas de 1,34 bilhão de dólares. Excluindo itens, a Coty teve prejuízo de 0,51 dólar por ação, acima das estimativas de 0,12 dólar, de acordo com os dados da Refinitiv.

A empresa, no entanto, espera um retorno do lucro no trimestre atual, depois de ver uma melhora em seus negócios gerais nos últimos dois meses. “Achamos que será difícil convencer os investidores de que a Coty está em uma trajetória melhor”, disse Lauren Lieberman, analista do Barclays.

Histórico

Em 2015, a Coty estreou na produção no mercado brasileiro ao comprar a divisão de cosméticos da brasileira Hypermarcas por R$ 3,8 bilhões. Com a aquisição, multinacional francesa deixou de apenas distribuir produtos e passou a também produzir no mercado nacional. Foi nessa transação que a Coty adquiriu a fábrica em Senador Canedo, a qual corre risco de ser vendida.

Até a aquisição da Hypermarcas, a atuação da Coty no mercado brasileiro era modesta. Em maio do ano de 2014, a empresa assinou um acordo com a Avon para ter seus produtos distribuídos no País e, ainda em 2015, a Coty deu mais um passo para estender sua presença global, com a compra, por US$ 12,5 bilhões, das marcas de beleza da P&G.

Atualmente, no Brasil, o Grupo Coty detém marcas como Monange, Paixão, Wella Professionals, Risqué, Cenoura & Bronze e Bozzano.

Com informações da Reuters e do Valor Econômico

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