De cada dez municípios goianos, nove possuem pelo menos uma indústria em atividade. É o que revela levantamento inédito realizado pela Adial Goiás, cruzando os dados mais recentes disponíveis do IBGE, do Ministério da Indústria e Comércio e da Junta Comercial e Industrial do Estado de Goiás (Juceg). Existem 12,7 mil indústrias ativas em 220 dos 246 municípios goianos, portanto, em 89,4% do total.
Juntas, estas indústrias geram 185,8 mil empregos diretos e mais 557,3 mil indiretos (fornecedores, terceirizados, etc), totalizando 743,1 mil trabalhadores (12% do total da população no Estado) que dependem diretamente ou indiretamente da atividade industrial em Goiás. A média é de 58 indústrias por município goiano, que geram (em média) 844 empregos diretos e 2,5 mil indiretos em cada uma das 220 cidades que contam com atividade industrial em Goiás.
“O levantamento mostra que a indústria tem impacto muito significativo para a economia e para a geração de empregos em quase todos os municípios goianos. É uma parcela muito pequena no Estado que não tem atividade industrial, por diversas razões como falta de vocação, questões de logística ou distância geográfica de centros consumidores ou corredores de escoamento”, afirma o presidente-executivo da Adial Goiás em entrevista ao portal Empreender em Goiás, Edwal Portilho.
Embora a presença da indústria esteja em quase todo o Estado, há maior número de empresas do setor nos maiores municípios. Em Goiânia existem 4,5 mil indústrias em atividade (35,6% do total em Goiás), que empregam diretamente 29 mil trabalhadores (15,5% do total no setor); em Aparecida de Goiânia são 1,1 mil indústrias (9,1% do total) que empregam 14,2 mil trabalhadores (7,7% do total); em Anápolis são 928 indústrias (7,2% do total), que empregam diretamente 23 mil trabalhadores (12,4%).
Portanto, 51,9% das indústrias em Goiás estão em atividade nos três maiores municípios goianos, mas respondem por apenas 35,6% do total dos empregos gerados pelo setor no Estado. “A concentração de maior número de indústrias em Goiânia, Aparecida e Anápolis tem vários fatores: concentram os maiores mercados consumidores, têm maior mão de obra disponível, reúnem maior número de instituições de ensino tecnológico e superior, possuem maior infraestrutura como rodovias duplicadas, ferrovias e aeroporto, dentre outros diferenciais competitivos”, afirma Edwal Portilho.
“Embora toda indústria é importante, porque gera empregos e renda, a maioria que está concentrada nos três maiores municípios goianos é de pequeno e médio porte. Isto explica porque Goiânia, Aparecida e Anápolis reúnem mais da metade das indústrias no Estado, mas geram pouco mais de um terço dos empregos”, diz o presidente executivo da Adial Goiás. “Por isso é relevante a interiorização das indústrias em Goiás, que já acontece, mas pode ser ampliada. É no interior que estão dois terços dos empregos gerados pelas indústrias ativas no Estado”, enfatiza.
O levantamento da Adial Goiás, como base nos últimos dados disponíveis do IBGE, mostra que a receita líquida do setor industrial somou R$ 104,2 bilhões em 2018, praticamente o dobro da registrada em 2009, representando 52% do total do PIB goiano (estimado em R$ 197,9 bilhões naquele ano). Só em salários e benefícios aos trabalhadores as indústrias pagaram R$ 7,5 bilhões em 2018.
A indústria de transformação representa 94,6% do parque industrial no Estado, com destaque para a produção de alimentícios, que embora tenha o 2º maior número de indústrias, com 20% do total, é responsável pelo maior volume de empregos diretos (35,5% do total), salários pagos (33,1%) e receita líquida industrial (50,3%) em todo o Estado. “Este segmento também é um dos principais responsáveis por agregar maior valor às matérias-primas de Goiás, como soja e carnes, além de garantir a segurança alimentar no Estado e no País em períodos de crise como vivemos atualmente com a pandemia da Covid-19”, afirma Edwal Portilho.
A atividade de confecção de artigos de vestuário e acessórios se destaca como a atividade com o maior número de indústrias, com 21,1% do total e tem o 3º maior número de pessoas ocupadas (8,8% do total). A atividade de produtos derivados do petróleo e biocombustíveis é a 2ª em geração de empregos e no valor de transformação industrial.