Expectativa do crédito para 2019 acelera o otimismo

Rondinely Leal

Executivo com 20 anos de experiência em gestão, com atuação em grupos nacionais e multinacionais. Contador por formação com especialização em análise e auditoria, MBA em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria. Professor e consultor.
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Nesses últimos 2 anos, o Brasil esteve com uma certa “anemia econômica”. As empresas travaram seus investimentos, renegociaram e repactuaram dívidas, cortaram despesas e tiveram que se adaptar diante desse cenário de incertezas. Não somente o setor público convive com a situação do cemitério de obras paradas. Várias empresas privadas tiveram que abandonar suas ampliações, novos empreendimentos, aquisição de novas linhas de produção, entre outros, com receio de reduzir drasticamente seu fluxo de caixa das atividades operacionais.

Com essa piora e/ou redução na oferta de crédito, várias empresas voltaram os “olhos” para a melhora na eficiência e no desempenho operacional, assim conseguiram manter ou reduzir seus índices de alavancagem, resultado esse medido através do EBTIDA, que mede a geração de caixa da empresa em relação à dívida líquida. Outro item muito importante foi à busca pela diversificação, algumas empresas passaram a atuar em nichos antes improváveis, mas essa diversificação tende a ser temporária em alguns casos, o que causa insegurança.

Uma notícia agradável aos olhos empresariais foi dada pela agência de risco S&P Global, que fez uma previsão de expansão do crédito para 2019 em 10%. Na visão da agência os “bancos privados estão bem posicionados e estão preparados para ofertar esse crédito, já os bancos estatais deve focar nos projetos de infraestrutura, no agronegócio e na parte habitacional”.

Os orçamentos das grandes corporações para 2019 estão ávidos para novos investimentos, mas suas realizações dependerão principalmente das políticas financeiras do novo governo. Outro grande desafio será retornar o grande número de pessoas que estão trabalhando na informalidade para o trabalho formal, uma vez que eles acabam ficando fora das políticas de créditos a um custo mais barato, pois não possuem em sua maioria garantias reais para buscar empréstimos, deixando assim de gerar recursos e estrutura para consumo. A situação preocupa, pois boa parte desta população está desacreditada.

Com a chegada desse Governo, suscita a esperança e otimismo na implantação de uma política econômica de médio e longo prazo para acelerar os investimentos, aumentar a oferta de crédito em segmentos essenciais, geradores de consumo, reduzir a taxa de inadimplência da população mantendo a inflação abaixo do centro da meta colocarão o país na rota do crescimento novamente.

O Brasil tem uma característica muito forte de planejamento, mas devemos sair um pouco da teoria e partir para execução, somente assim tiramos do papel os números tão sonhados de crescimento.

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