O cooperativismo goiano passa a contar, agora, com o apoio de 11 deputados estaduais, na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). Os parlamentares que compõem a Frente Parlamentar em Defesa do Cooperativismo (Frencoop Goiás) tomaram posse, oficialmente, nesta terça-feira (22), em solenidade realizada na sede da OCB-GO, no auditório do Edifício Goiás Cooperativo, em Goiânia. Cerca de 230 pessoas, entre lideranças políticas e cooperativistas, acompanharam a cerimônia de posse e, na sequência, puderam conferir a palestra do economista e jornalista Dony de Nuccio, sobre a atual conjuntura econômica e as perspectivas de mercado.
O presidente do Sistema OCB/SESCOOP-GO, Luís Alberto Pereira, avalia que a assembleia e a Frencoop podem ajudar muito na defesa e na difusão do cooperativismo. “Temos algumas necessidades, cada setor tem uma. Hoje, as mais urgentes são do ramo transporte, que precisa de uma melhor regulamentação. Temos as demandas das cooperativas de crédito, que precisam ter ampliados os convênios com os órgãos do Estado. Temos também a nomeação da OCB-GO na Juceg, que ainda não foi feita. Enfim, hoje, apresentamos aos deputados estaduais onze reivindicações”, destacou.
O deputado estadual Paulo Trabalho é o líder da Frencoop Goiás. Segundo ele, com a instalação oficial da frente, os parlamentares já puderam se sintonizar com as demandas do setor. “Agora, ficará mais fácil, quando o setor cooperativista nos enviar demandas, a gente já vai estar ciente do que se trata, sensibilizado e conhecendo a importância e o impacto que isso tem para a sociedade goiana. Agora, são 11 parlamentares engajados com a defesa do cooperativismo”, disse.
Além de Paulo Trabalho, outros cinco parlamentares da Frencoop Goiás compareceram à cerimônia de posse, são eles: Bruno Peixoto, Delegado Eduardo Prado, Hélio de Sousa, Rubens Marques e Wilde Cambão. O deputado estadual Amauri Ribeiro representou o colega Thiago Albernaz, no evento.
Economia
Após a solenidade de posse da Frencoop Goiás, o público presente do auditório da Edifício Goiás Cooperativo assistiu à palestra “Conjuntura econômica: onde estamos, para onde vamos”, com o economista e jornalista Dony De Nuccio. De Nuccio fez um diagnóstico completo da situação econômica brasileira e deu dicas para ajudar o público a identificar oportunidades e sair na frente.
Dony fez, ainda, um apanhado de dados relevantes do cooperativismo, que destoam do momento de crise, uma vez que o setor se manteve acima do crescimento nacional. “O cooperativismo conseguiu, de 2014 a 2018, ir na contramão do País. Enquanto o Brasil empregou 5%, o cooperativismo chegou a quase 20% de geração de emprego. É um segmento que merece atenção enorme, vai muito bem e tem muito espaço para crescer”, afirmou.
Conhecido como jornalista e apresentador na TV Globo e na Globonews, Dony De Nuccio é também economista e mestre em Economia, com extensão na Brown University, nos Estados Unidos. Ele trabalhou por mais de cinco anos no mercado financeiro, quando foi trader do Citibank.
PAUTAS DO COOPERATIVISMO
• Ampliar convênios de órgãos do governo estadual com as cooperativas de crédito
• Efetivar a indicação do vogal na Juceg
• Demandas do setor de transporte escolar, fretamento e turismo:
– Aprimorar o relacionamento da Agência Goiana de Regulação – AGR em relação às multas imputadas às cooperativas de transporte
– Aplicação da Lei 13.855/2019 que coíbe o transporte clandestino
– Volta do limite de $120 mil da linha de crédito da Goiás Fomento para substituição da frota
• Inserir, por meio de lei, o ensino do cooperativismo e empreendedorismo na rede de ensino estadual e na rede Itego
• Defender o modelo cooperativo nas políticas públicas de desenvolvimento do Estado e em compras e licitações
• Aumentar a isenção do ICMS sobre a geração fotovoltaica, por meio de cooperativas de energia de 1 MW para 5 MW
• Melhorar a rotina de controle de pagamento das taxas da agrodefesa
• Defender a não tributação do ato cooperativo nas cooperativas, especialmente, em face da reforma tributária
• Defender a Lei Kandir, até que o Estado tenha condições de industrializar toda a produção de seu produto primário
• Defender o repasse de parte dos recursos do FCO a serem operacionalizados pelas cooperativas de crédito
• Agilizar a liberação de licenciamento ambiental.