Conforme os últimos números divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que traz o mapa nacional do emprego formal, o setor da Construção Civil foi o grande impulsionador de vagas formais no país no último mês de julho, registrando um saldo positivo (diferença entre o número de admissões e demissões) de 18.721 postos de trabalho, na comparação com junho, uma variação de 0,92%. O setor também registrou saldo positivo no acumulado do ano (entre janeiro e julho), com 77.481 vagas e a variação 3,92%; e nos últimos 12 meses, com 38.430 oportunidades a mais geradas e variação de 1,91%.
Ainda conforme o Caged, entre as dez ocupações que tiveram maior saldo de empregos no País, a de servente de obras foi a que registrou o segundo melhor resultado, com 327 postos de trabalho criados, perdendo somente para a função de alimentador de linha de Produção, com 353 oportunidades geradas em julho. O ofício de servente de obras ou servente de pedreiro, como também é conhecido, costuma ser a porta de entrada para outras funções na construção civil, e, em geral recruta pessoas com menor grau de instrução, que são as mais afetadas pelo desemprego.
“A função de servente é realmente a que mais se contrata numa obra, pois para cada ofício que se tem numa obra, pedreiro, carpinteiro, armador você precisa de um ajudante. O trabalho de servente é, portanto, a porta de entrada nesse mercado de trabalho da construção, é a partir dele que a pessoa se profissionaliza e alcança cargos com salários melhores”, explica Emerson Soares, engenheiro supervisor da Elmo Engenharia e Incorporações, empresa que tem cinco obras em andamento em Goiânia e Palmas e que em breve dará início a mais dois grandes empreendimentos.
Emerson diz que, dependendo do porte da obra e da fase em que ela está, um carteiro pode contar com até 80 serventes ou mais, trabalhando simultaneamente. Segundo o engenheiro o momento da obra em que mais se contrata serventes é o da finalização da estrutura da obra, quando se começa os revestimentos e os acabamentos. “Hoje, por exemplo, temos uma obra em andamento, a do Flamboyant Residence Prime que fica no Jardim Goiás, que está justamente nesta fase de fim da estrutura e início dos acabamentos e temos lá hoje cerca de 60 serventes atuando. Outro empreendimento grande que iniciaremos em setembro e que demandará a mão de obra de muitos serventes é a do Residencial Padre Pereira, no Jardim Mariliza. Lá, no auge da construção, serão cerca de 80 serventes em operação”, explica o engenheiro civil.
Bom desempenho
Em Goiás, a construção civil, apesar de não ter registrado saldo positivo entre junho e julho, foi registrado uma variação para baixo de 0,28% e a perda de 182 postos, o segmento mantém saldo positivo 2.200 vagas no acumulado do ano. Empresários do setor acreditam porém, numa melhora para o setor no Estado, já que recentes medidas adotadas pelo governo, como a redução da taxa de Selic, liberação de saques no FGTS e o recente lançamento de linha de crédito oferecida pela Caixa Econômica com correção pelo IPCA, que deve incrementar o número de empreendimentos lançados no mercado já que significa uma redução do custo nesta nova modalidade de crédito de longo prazo.
Outro indicativo de que o setor continuará evoluindo bem é um dado trazido no estudo Raio-X FipeZap, que calcula o perfil da demanda imobiliárias nacionalmente. O levantamento aponta que a procura por imóveis se manteve alta atingindo marca histórica da série, iniciada em 2014. Um percentual de 14% dos respondentes da pesquisa se declararam compradores, ante 10% do mesmo período em 2018.
De acordo com o gerente comercial da Elmo Engenharia e Incorporações, Sócrates Diniz, tradicionalmente em Goiânia, os lançamentos imobiliários se concentram no segundo semestre. Ele também avalia que mesmo que o mercado de imóveis não tenha atingido uma retomada robusta, as recentes medidas econômicas de juros baixos, barateamento do crédito imobiliário e novas opções de financiamento têm esboçado uma perspectiva de crescimento do setor para este segundo semestre. “Isso acaba trazendo até o fim deste ano uma boa expectativa de geração de empregos na construção civil, já que quando se lança uma obra, em geral, três meses depois começam-se as contratações”, pontua.
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