O mercado imobiliário goiano está cada vez mais confiante. Depois de dois anos consecutivos de aumento nas vendas, o aquecimento do mercado já surte efeito também na valorização dos imóveis em Goiânia. O resultado desse movimento positivo pôde ser observado no primeiro trimestre de 2019, quando os imóveis tiveram um índice de valorização significativa de 2%, apontam dados da pesquisa realizada pela Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO).
Segundo o vice-presidente da entidade, Fernando Razuk, nos anos de boom do mercado imobiliário, os imóveis em Goiânia tiveram uma valorização acima de 15% ao ano e, diante do período da crise, o índice médio chegou a 5% ao ano, um resultado considerado muito bom em função do cenário econômico. “Com o mercado aquecido, é possível que a valorização volte para o patamar de 10% ao ano”, pondera Razuk. “Com a taxa Selic em 6,5% ao ano, o imóvel volta a ser uma alternativa de investimento, melhor do que a maioria das aplicações financeiras de baixo risco”, explica.
O Setor Marista ainda lidera como o bairro mais valorizado de Goiânia, com preço médio de R$ 6.426 do metro quadrado. “Isso acontece porque é o bairro mais desejado de Goiânia e, em função disso, concentra grande número de empreendimentos de alto padrão. Está situado em uma região muito nobre, bem centralizada em relação aos diversos outros bairros nobres da cidade, dotado de muito serviço e conveniência, e com fácil acesso pra todos os bairros de Goiânia”, comenta o vice-presidente da Ademi-GO.
A pesquisa também aponta que o número de unidades lançadas no primeiro trimestre deste ano é duas vezes maior do que o número de unidades lançadas no primeiro trimestre de 2018. “Foram 734 unidades lançadas em Goiânia e Aparecida de Goiânia no período de janeiro a março, representando um Volume Global de Vendas (VGV) de R$ 236 milhões”, aponta Razuk. Para os próximos dias, estão previstos seis lançamentos imobiliários dos associados da Ademi-GO, distribuídos nos setores Marista, Bueno, Ludovico e Parque Amazônia. Para os próximos dias, estão previstos quatro lançamentos imobiliários dos associados da Ademi-GO, distribuídos nos setores Marista, Bueno, Ludovico e Parque Amazônia. Neste ano, até a primeira quinzena de maio, quatro empreendimentos foram lançados.
Para a Ademi, este grande aumento é atribuído, principalmente, pela definição do cenário político, e também, em função da melhoria nas vendas realizadas dos últimos dois anos. De 2016 para 2017, as vendas aumentaram 23% e, de 2017 para 2018, o crescimento chegou a 26%. “A definição desse cenário ‘animou’ os incorporadores, que voltam a investir no lançamento novos empreendimentos”, justifica Razuk.
A pesquisa também aponta que, de janeiro a março deste ano, foram comercializadas 1.500 unidades. Já no mesmo período de 2018, foram computadas a venda de 1.891 unidades. Apesar do número menor em 2019, a Ademi atribui o resultado à sazonalidade natural do mercado, uma vez que a média mensal de vendas em 2019 foi de 515 unidades.
MCMV
Do total de unidades lançadas no primeiro trimestre deste ano, 24% pertencem ao programa do governo federal, Minha Casa Minha Vida. Razuk pondera que o mercado goiano está preocupado com a continuidade desta iniciativa, uma vez que o novo governo ainda não definiu as diretrizes do projeto para os próximos meses.
“O programa Minha Casa Minha Vida é muito importante para o mercado imobiliário e para a sociedade”, afirma o presidente da entidade Roberto Elias. “O programa visa suprir o déficit habitacional do país, que é maior dentre a população de menor poder aquisitivo. E as obras e empreendimentos deste programa são grandes indutores na geração de emprego e renda”, complementa Roberto.
Distratos
O número de distratos no primeiro trimestre de 2019 foi de 593 unidades e se manteve praticamente igual ao resultado obtido no mesmo período de 2018, quando contabilizou 585 unidades. Esse problema, aponta a Ademi-GO, tende a se resolver nos próximos anos em função da lei aprovada em 2018, que estabelece regras mais justas em relação às rescisões.
A oferta de unidades também vem caindo. De janeiro a abril de 2019 foram 8.607 unidades disponíveis para vendas, número historicamente considerado muito baixo para Goiânia. “Com o mercado aquecido e a oferta de imóveis em baixa, só reforça a possibilidade da valorização dos imóveis se intensificar durante o ano de 2019”, pontua o vice-presidente da entidade goiana.