Inicialmente devemos observar que o mundo do entretenimento é muito competitivo, conectado, integrado em uma rede cujas as “glórias” e “frustrações” caminham lado a lado, bem como o poder de cada equipe demanda networking, capacidade financeira de investimentos e sobretudo, entender e saber como lidar com os bastidores. Estes são os principais fatores que acredito serem bem semelhantes aos cenários globais que envolvem mercado financeiro e capitais, tecnologia, indústrias de transformação, agronegócio… enfim, tudo relacionado ao 1º, 2º e 3º setores.
A atuação da Seleção deixou nítido que não basta ter uma “camisa de peso”, com uma história de grandes conquistas, possuir atualmente recursos humanos mundialmente reconhecidos que atuam no mais alto nível do futebol mundial, postular-se como favorita entre os especialistas e possuir todos os recursos financeiros e estruturais para desempenhar partidas com eficácia. Ou seja, não basta ter e “propor um jogo bonito com jogadores habilidosos” se no final da partida quem faz o gol é o adversário.
Cabe salientar que, no “mundo dos negócios” sempre foi utopia acreditar que para ter sucesso basta possuir um produto e/ou serviços de qualidade. É preciso saber posicionar-se.
Enfatizo ainda, nos “stakeholders” sempre haverá uma concorrência e demais interessados atentos nos seus objetivos, que dispõem dos recursos e oportunidades semelhantes, que irão estudar e entender o seu “jogo”, irão propor táticas e estilos que compensem a ausência de eventuais “recursos humanos”, bem como, dispostos a interceptar suas investidas com “força e determinação”, e sobretudo, cientes que o jogo só acaba quando o juiz apita o fim da partida.
Após a eliminação, deu-se início à uma caça as “bruxas” por “culpados” e milhares de especialistas começaram a bombardear os meios de comunicação com opiniões de como e tudo deveria ter sido conduzido pelo técnico Tite e seus liderados. Porém, gostaria de fazer somente um paralelo nesta estrutura e reproduzir este cenário futebolístico para o ambiente coorporativo.
É fato que o líder (Técnico Tite) tinha o respeito e confiança de sua equipe (jogadores) e da empresa (Confederação Brasileira de Futebol – CBF), onde, ele na posição de “líder” poderia trabalhar os “talentos”, aplicando de acordo com suas experiências e convicções, a melhor tática e proposta de jogo para superar as demais seleções, em um evento único e disputado por muitos como se fossem a última oportunidade de “consagração” profissional e pessoal.
Vimos que, no “calor” das operações (jogo) e momentos das maiores adversidades a equipe brasileira ficou sem confiança, perceberam que ter “nome” e “habilidade” não eram suficientes para superarem o “novo momento”, ficaram presos nos processos (manual e políticas definidas pelo técnico Tite), e por fim, preferiram insistir na postura tática que não vinha dando certo desde o início da partida.
Como acontece em qualquer organização que depende de recursos humanos para progressão dos negócios, o fator “equilíbrio emocional” deve ser priorizado, o líder deve ter “caráter” moldado, ser capaz de condicionar uma postura de “guia” em momentos de adversidade (“quando o negócio dá errado, jamais virar as costas”), propor conexões prévias para que os seus liderados possam definir alternativas para “ações práticas” nos momentos mais variados de “jogos” e obviamente, a equipe estar preparada em total sincronismo, capazes de proporem “soluções talentosas e criativas” (inteligência emocional e técnica) para superar as adversidades que eventualmente coloquem em risco aquilo que procuram.