Cada vez mais, os homens estão perdendo a vergonha, o preconceito e o receio de se cuidarem e já são uma fatia importante do mercado de beleza. Segundo levantamento do Euromonitor, a estimativa é que o mercado brasileiro de beleza masculina movimente R$ 26 bilhões em 2021, ultrapassando os Estados Unidos e se tornando líder global no segmento.
Dados da pesquisa Cosmentology (realizada pelo Grupo Croma, em 2020), nos últimos três anos, 39% dos homens passaram a se importar com produtos de beleza, consumindo principalmente perfumes (65%), shampoos e condicionadores (63%) e cosméticos de barba (40%).
Mas eles não têm ficado apenas no consumo de produtos e já movimentam consultórios.
“Ainda há timidez, preconceito e até uma insegurança, mas os homens estão se permitindo esse cuidado e buscando os procedimentos de harmonização orofacial e de estética dental”, afirma a cirurgiã dentista Talita Dantas, que atua na área de harmonização orofacial há seis anos.
Para ela, a exposição nas redes sociais, a popularização e a desmistificação dos tratamentos aumentaram a segurança e a procura dos homens pelos procedimentos. As queixas mais comuns são as rugas e as linhas de expressão, por isso a aplicação de toxina botulínica (Botox®) acaba sendo o tratamento mais procurado. “Aqueles que são mais vaidosos buscam o preenchimento com ácido hialurônico para melhorar o contorno mandibular e para solucionar o olhar cansado”, explica Talita.
Apesar da “padronização” na aparência facial que muitas vezes assusta quem busca por alguma melhoria, Talita tranquiliza os homens, que no consultório já são 50% de seus pacientes quando inclusos os procedimentos estéticos odontológicos (que fazem parte da harmonização orofacial).
“Temos visto um mercado da beleza extremamente padronizado e repetitivo que esquece dos padrões individuais de beleza de cada um. Mas aqui, associo o tratamento à queixa do paciente. O objetivo é sempre trabalhar o gerenciamento de envelhecimento de maneira suave e natural, rejuvenescendo com qualidade, bom senso e discrição, que é o que faz os homens estarem cada vez mais presentes nas clínicas e consultórios. Não podemos descaracterizar o paciente e temos que levar em conta quem é ele, o que ele busca, qual a sua expectativa e o que quer passar com a sua imagem”, finaliza Talita.