Temeroso com a disparada da inflação, que passa de 10%, o varejo estará de olho no comportamento do consumidor na Black Friday para, se necessário, reagir com promoções, liquidações e outras estratégias comerciais na tentativa de salvar as vendas no Natal. A intenção é fazer da Black Friday um laboratório para avaliar o ânimo do consumidor de levar para casa produtos que estão mais caros neste ano, como os televisores, conforme cita a FCDL-GO (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Goiás).
A FCDL-GO menciona que as smart tvs estão entre os 50 produtos cujos preços mais subiram nos últimos 12 meses, segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), calculado pelo IBGE. Entre novembro de 2020 e novembro deste ano, o valor dos televisores no mercado brasileiro subiu 19,94%.
“Com exceção de alguns poucos produtos, como itens de informática, há uma gama de mercadorias tradicionalmente vendidas na Black Friday, a exemplo de refrigeradores e outros eletrodomésticos, que estão mais caros neste ano. Resultado da inflação. Por isso, os lojistas observam a movimentação nas lojas para implementar estratégicas com vistas a limpar os estoques para o Natal”, diz Valdir Ribeiro, presidente da FCDL-GO.
Não há no mercado uma margem padrão para delimitar, na Black Friday, as faixas de desconto no valor dos produtos. Mas a FCDL-GO acredita que, para atrair boas vendas neste mês, os lojistas podem aplicar descontos mais agressivos, de até 50%. “O segredo é pesquisar, comparar, ler comentários de outros compradores, conferir a procedência do produto e, claro, pechinchar, negociar com o vendedor”, acrescenta Valdir.
Originária dos Estados Unidos, a Black Friday no Brasil ocorre no próximo dia 26, última sexta-feira de novembro.
Expectativas para o Natal
Data mais aguardada no ano pelo comércio varejista, o Natal deve levar 77% dos consumidores às compras neste fim do ano, até o dia 25 de dezembro. Pesquisa realizada conjuntamente pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) estima que as compras de Natal tendem a injetar cerca de R$ 68,4 bilhões na economia brasileira, inclusive, em Goiás.
A perspectiva é de que 123,7 milhões de pessoas em todo o país recorram às lojas físicas e ao comércio eletrônico para garantir os presentes de Natal. Roupas (61%), brinquedos (37%), perfumes/cosméticos (36%), calçados (36%) e 24% acessórios lideram na lista de preferência dos consumidores.