Outubro Rosa: médica goiana lança cartilha gratuita sobre o câncer de mama

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Material que reúne informações sobre a prevenção, o diagnóstico e o tratamento (Imagem: Divulgação)

O câncer de mama é o mais incidente no mundo e, só em 2020, foram diagnosticados 2,3 milhões de casos segundo dados da Agência Internacional de Pesquisa do Câncer (IARC). Buscando alertar as mulheres para a importância dos exames de rotina e da influência do estilo de vida e da genética na incidência de casos, a médica Danielle Laperche lança uma cartilha com informações sobre prevenção, diagnóstico e tratamento da doença que pode ser baixado gratuitamente clicando neste link.

“A ideia de lançar o e-book é trazer mais informações sobre a doença, sobre os fatores de risco, sobre o que a mulher pode fazer para ser mais proativa em relação a sua própria saúde. E só o conhecimento traz esse poder de ação. Distribuir isso de forma gratuita é uma forma de ajudar e mudar a conscientização em relação à doença, que é um dos grandes objetivos da campanha do Outubro Rosa para que a gente melhore a aderência aos exames de rastreamento e mudar a realidade do nosso país que ainda é de diagnósticos muito tardios de câncer de mama”, pontua.

Mamografia de rotina é fundamental para diagnóstico precoce

O autoexame não é suficiente para a detecção precoce do câncer de mama. O mais indicado é realizar a mamografia de rotina para diagnosticar a doença ainda no início. “Já tínhamos uma realidade difícil e isso se agravou muito com a pandemia com a redução dos exames realizados e das consultas de rotina e pelo fato das mulheres estarem esperando sintomas importantes para buscar atendimento. Sabemos que isso impacta negativamente tanto nas opções de tratamento quanto nas chances de cura da doença”, explica Laperche.

Médica oncologista Danielle Laperche (Divulgação)

Um estudo feito por pesquisadores da Queen Mary University of London com mais de 160 mil mulheres, acompanhadas ao longo de mais de 20 anos, foi publicado na revista científica The Lancet e trouxe novas evidências de que a realização anual da mamografia de rotina a partir dos 40 anos de idade ajuda a reduzir a mortalidade do câncer de mama. Os resultados mostraram que as pacientes que fizeram o exame mais precocemente tiveram índice de mortalidade por câncer de mama cerca de 25% menor.

Segundo os autores do estudo, a redução das mortes é atribuída à detecção prematura do câncer, que em geral progride mais rapidamente em mulheres jovens. Além disso, pesquisa feita pela Universidade Federal de São Paulo mostrou que o procedimento pode trazer economia, levando em conta que no Brasil o custo do tratamento de duas a quatro mulheres com câncer de mama em estado avançado equivale ao do rastreamento de mil mulheres. O diagnóstico precoce diminuiria o número de mastectomias e o uso da quimioterapia, procedimentos caros e que afetam a qualidade de vida do paciente no longo prazo.

“Esse estudo comprova a redução de mortalidade sem aumento de diagnósticos falsos positivos. Aqui no Brasil, a Sociedade Brasileira de Mastologia preconiza periodicidade anual a partir dos 40 anos, enquanto o governo orienta exames a cada dois anos, partir dos 50 anos. Um desses padrões deve ser seguido e acredito que o ideal seria mamografia para mulheres mais jovens, uma vez que no Brasil elas representam um número muito importante dos casos de câncer de mama, mas ainda temos a aderência ao rastreamento bem abaixo do ideal”, afirma Laperche.

Outro estudo publicado pelo Journal of Clinical Oncology (JCO), mostrou o impacto que a alimentação pode ter a longo prazo em relação à mortalidade nos casos de câncer de mama. Depois de acompanhar 48 mil mulheres por 20 anos, os pesquisadores concluíram que adotar um padrão alimentar com baixa ingestão de gordurarica em vegetais, frutas e grãos pode reduzir em 15% a mortalidade em mulheres que, após a menopausa, desenvolvam câncer de mama.

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