Nem presencial nem online. Os eventos corporativos se transformaram na pandemia e agora acontecem no formato híbrido. O que seria isso? É a união da experiência virtual com as sensações e emoções proporcionadas no mundo presencial.
Segundo especialistas da área, foi esse casamento que permitiu que os eventos corporativos continuassem lucrando apesar do isolamento social.
“Tem um lado muito bom de gerar a experiência do presencial com o online, onde não existe a barreira geográfica. Você tem uma redução de custos”, afirma o produtor de eventos Alexandre Fonseca.
O que mudou? Você se lembra das comidinhas servidos na hora do café? Ou do brinde que acontecia antes ao final do evento presencial. Agora, na era da pandemia, o brinde é online. A organização manda uma garrafa de espumante para a casa do participante.
Para Fonseca, o formato de evento híbrido veio para ficar e é uma oportunidade de negócio. “Eu arrisco dizer que sim ,vamos continuar nos eventos híbridos ainda em um cenário com todo mundo vacinado”.
Setor de eventos em “estágio terminal”
Já o cenário dos eventos tradicionais é preocupante. “Nosso setor foi o sacrificado em nome da coletividade da pandemia”, afirma o presidente da Abrape (Associação Brasileira de Promotores de Eventos), Doreni Caramori Júnior.
Sem nenhuma perspectiva de volta às atividades, o setor teme prejuízos ainda maiores em 2021. Desde março, festas, shows e todo tipo de evento que gere aglomeração estão suspensos no país para controlar a disseminação da covid-19.
Para Caramori, se o setor continuar parado por muito tempo, as demissões e falências serão ainda maiores: no ano passado, foram demitidos 400 mil funcionários diretos e os eventos deixaram de faturar R$ 90 bilhões.
“Do ponto de vista econômico, o setor se encontra em um estágio bem difícil, diria que terminal. Precisa encontrar uma forma de sobreviver nos primeiros meses do ano e ter musculatura para pagar o endividamento nos meses parados”, afirma Caramori.
Qual a saída?
A Abrape está dialogando com o governo federal em busca de ajuda, como a continuidade do benefício emergencial aos empregadores, injeção de recursos e, no momento da retomada, isenção fiscal para conseguir maior competitividade.
Não existe formula mágica para resolver a situação do setor no momento. A consultora de negócios do Sebrae-SP, Juliana Segallio, orienta que os empresários busquem alternativas para continuar as operações, mesmo que de forma diferente. “É importante observar o cenário e entender quais as adaptações dá para fazer”, diz Segallio.
As dicas são:
- Entender o público alvo e suas necessidades;
- Identificar novas oportunidades de negócios criadas a partir da pandemia;
- Mudar o mix de produtos ou serviços oferecidos nos casos em que realmente não há possibilidade de continuar com o formato conhecido;
- Desenvolver uma boa comunicação online.
Com informações do portal Newtrade