A incerteza ronda o mercado de energia brasileiro para 2021. É que de uma forma geral, o crescimento do setor está ligado ao setor empresarial, que está retraído. Descontando as questões relativas à pandemia, que vão permear todas as decisões, mas com muito menor impacto do que foi em 2020, o empresário ainda se vê pressionado por custos extras e o consumidor com menor poder de compra. Nem todos setores estão seguros para apostar.
Se muitos falavam em dobrar a aposta já na metade do semestre passado, fecharam o ano puxando as fichas e reformulando a estratégia. Isso afeta diretamente a indústria de energia – que terá um ano melhor, não tenha dúvida, a conta que não se consegue fazer é o tamanho desta melhoria. Apesar de estar em meados de janeiro, tem muitas empresas ainda ajustando planilhas de custos e investimentos para este novo ciclo. Vai ser um ano estratégico.
Mas, em um ponto, todos concordam: faltam investimentos: Público e privado. Com desemprego chegando a 15% e renda achatada, a hora é de aproveitar os juros baixos e focar em obras e infraestrutura, que são uma carência do País. E o momento de taxas tão baixas pode acabar, pois a inflação já ameaça e o governo precisa de ter uma precisão cirúrgica para retomar o controle e não comprometer mais ainda a renda, vital para retomada do crescimento.
A energia está muito ligada neste tripé: consumo-produção-expansão. A questão é o ritmo que ele vai se movimentar. A expectativa é que 2021 ele dê passos adiante, nem que sejam passos moderados, pois sabemos também que se exigir uma grande oferta de energia, poderemos ter problemas estruturais de abastecimento. O País vive esse dilema de precisa de crescer, mas uma aceleração forte por dois ou três anos pode travar na infraestrutura no limite. Essa realidade – como já debatemos e vamos sempre debater – exige investimentos.
Neste ano, neste espaço, vamos evoluir no debate destes temas estruturais. Desejo a todos nossos leitores um feliz ano novo e ao País, uma retomada segura e gradativa